A Bahia, estado que é líder nacional na produção de energia eólica, foi revelada como sede do 16º evento do Brasil WindPower – o principal encontro nacional da indústria eólica – que acontecerá em outubro de 2025. Mesmo já sendo o maior produtor de energia eólica do país, o estado continua investindo no setor e segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), 248 usinas estão em processo de construção ou de planejamento.
O anúncio ocorreu na terça-feira (22) e foi feito pela Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeolica) durante a atual edição do congresso que está acontecendo no São Paulo Expo, em São Paulo, até a quinta-feira (24).
“A Bahia começou esse trabalho de atrair e consolidar a cadeia produtiva da energia eólica ainda no governo Wagner. Foram mais de 10 anos de trabalho para chegarmos a essa posição. Agora queremos dar novos passos, ampliar a produção de energia limpa e associar isso a produção de hidrogênio verde, dando condições para que novas indústrias se instalem na Bahia”, destacou o governador Jerônimo Rodrigues, que estava presente no evento.
Desde maio deste ano, a Bahia assumiu a posição de líder nacional na geração de energia eólica, ultrapassando o Rio Grande do Norte. No total, são 350 usinas eólicas em operação com uma potência outorgada de 10,4 gigawatts (GW), que se somadas com as outras 248 em implantação ou planejamento, a potência baiana poderá chegar a quase dobrar, atingindo 20,5 GW.
“Os bons ventos impulsionam o desenvolvimento econômico. Nos primeiros seis meses deste ano, a Bahia foi responsável pela maior geração total de energia elétrica do país, correspondendo a aproximadamente 35% da geração nacional. Outra boa notícia é que o estado se destacou de forma notável na expansão da matriz brasileira no mês de julho. Contribuímos com 594,60 Megawatts (MW) de um total de 875,42 MW adicionados, o equivalente a cerca de 68% do aumento total. Das 27 usinas que entraram em operação no país, 20 eólicas e solares foram baianas”, afirmou o secretário do Desenvolvimento Econômico, Angelo Almeida.
Ao todo, 98% da energia elétrica gerada no estado são renováveis e 60% vêm dos ventos. Os parques eólicos estão espalhados por 35 municípios baianos, entre os que mais contribuem para a geração de energia estão o Morro do Chapéu, com 42 usinas e 1,5 GW de potência outorgada, Caetité, com aproximadamente 1GW, e Campo Formoso, com 885 megawatts (MW).
Bahia é 4º lugar nacional em potência geral
Segundo dados da Aneel, hoje a Bahia ocupa o posto de 4º estado com maior potência geral de eletricidade do Brasil com 20 GW, contando energias renováveis e não-renováveis. O estado nordestino só fica atrás de São Paulo, com 25,6 GW, do Pará, com 22,8 GW, e de Minas Gerais, com 22,4 GW.
Entretanto, se contar com as plantas que ainda estão em construção e as que foram aprovadas, mas não iniciaram as obras, os baianos saltam para a segunda colocação, contabilizando uma potência de 54,3 GW ficando atrás apenas dos mineiros, com 59,3 GW.
Esse crescimento de mais de 100% para ambos os estados é devido à projetos envolvendo a energia solar. Atualmente, Minas Gerais e Bahia são os dois principais geradores de energia proveniente do sol, com 5,8 GW e 2,4 GW respectivamente. Com as usinas ainda em processo de construção e/ou planejamento esses números saltam para 42,1 e 26,6 respectivamente.
O Brasil WindPower é um evento focado em energia solar que acontece anualmente desde 2010, que reúne os principais representantes nacionais e internacionais do setor. O evento promove conexões, networking, disseminação de conhecimento e negócios entre centenas de profissionais durante os três dias de conferência.
Em 2024, acontece a 15ª edição, que contém um novo formato de acesso que permitirá aos congressistas aproveitarem o conteúdo de 3 palcos simultâneos, abordando temas Onshore, Offshore e O&M, 2 arenas windtalks e uma área de exposição com mais de 150 marcas confirmadas.
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