Banco financiará construção do Complexo Eólico Santo Agostinho, no interior do Rio Grande do Norte. O projeto irá gerar energia limpa equivalente ao abastecimento de 800 mil domicílios e cerca de mil empregos para a comunidade local
Da Redação
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apoiará a implantação do Complexo Eólico Santo Agostinho, composto por quatorze parques, nos municípios de Lajes e Pedro Avelino, no Rio Grande do Norte. O projeto terá uma capacidade instalada total de 434 MW, energia limpa e renovável capaz de abastecer algo em torno de 800 mil domicílios. A construção do complexo também vai empregar 900 trabalhadores locais; outros 80 postos serão criados após a conclusão das obras.
O apoio do BNDES, no valor de R$ 1,47 bilhão, ocorre no âmbito do Finem – Geração de Energia, e corresponde a 64% do investimento total do projeto (R$ 2,3 bilhões) da Engie, que faz parte da multinacional francesa Engie, líder em desenvolvimento de energia limpa, no ranking 2021 da BloombergNEF.
“O apoio do BNDES ao projeto ilustra bem a estratégia do Banco para o setor elétrico, combinando o investimento em fontes renováveis com o desenvolvimento do mercado livre de energia, que é o ambiente onde consumidores comprometidos com metas ASG, geradores de energia renovável competitivos e investidores em busca de ativos sustentáveis podem se encontrar, catalisando um ciclo virtuoso de desenvolvimento de energias limpas no Brasil”, explica a superintendente de Energia do BNDES, Carla Primavera.
“Neste momento, o crescimento de geração de energia elétrica, especialmente de fontes renováveis, é fundamental para o futuro do Brasil. A viabilização desse financiamento é fruto de um trabalho conjunto e demonstra o comprometimento da ENGIE e do BNDES com o desenvolvimento do país, de forma responsável e considerando a importância do direcionamento de recursos para acelerar o crescimento da geração eólica e diversificar a matriz energética nacional”, complementa o diretor-presidente e de Relações com Investidores da ENGIE, Eduardo Sattamini.
Os recursos financiados serão utilizados primordialmente na aquisição de 70 aerogeradores, o que representa um estímulo do BNDES para o desenvolvimento da cadeia de fornecedores desse equipamento no Brasil. As demais rubricas do projeto envolvem obras civis e fornecimento eletromecânico através de subestação elevadora e rede de média tensão interna.
Os investimentos do BNDES em geração estão alinhados ao esforço do Plano Nacional sobre Mudanças Climáticas (PNMC) para redução das emissões de gases de efeito estufa. No Brasil, já foram implantados mais de 600 parques eólicos, totalizando 15,4 GW em capacidade instalada. Com isso, a energia elétrica proveniente de fonte eólica passou a ocupar o segundo lugar em relevância na matriz elétrica brasileira.
O esforço do BNDES também vai ao encontro do Plano Nacional de Energia 2030, do Governo Federal, com estratégias para expansão de energia econômica e sustentável pelos próximos dez anos. De acordo com estudos da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), o índice de desenvolvimento humano de municípios que recebem projetos eólicos tem crescimento médio 20% superior em comparação aos demais.
BNDES e energia renovável
Desde abril do ano passado, o BNDES já financiou cerca de R$ 3 bilhões em projetos para construção de parques eólicos no Nordeste brasileiro. Em maio de 2021, o Banco apoiou a instalação de 14 novas usinas no Complexo Fotovoltaico Janaúba, no município de Janaúba/MG. Em junho, o financiamento do Banco possibilitou a implantação de dez parques eólicos, de 409,20 MW de capacidade instalada, que compõem os Complexos Eólicos Ventos do Piauí II e III, nos municípios de Betânia do Piauí/PI, Curral Novo do Piauí/PI, Paulistana/PI, Araripina/PE e Ouricuri/PE. O projeto gerará energia limpa e renovável para o abastecimento equivalente a 800 mil domicílios, com a geração de mais de mil empregos para a população local.