Contratações crescem no NE, mas em ritmo menor que nas outras 4 regiões do país

Três estados da região – Alagoas, Maranhão e Paraíba – foram os únicos com saldo negativo na geração de empregos em fevereiro, de acordo com os números de contratações de fevereiro do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
Carteira de trabalho
Como em todo o país, o setor de serviços impulsionou as contratações, sendo responsável por 17.059 vagas criadas no Nordeste. Foto: Agência Brasil

Depois de superar apenas o Norte na geração de empregos em janeiro, o Nordeste caiu mais uma posição e teve o menor número de postos de trabalho criados em fevereiro. Além disso, três estados da região – Alagoas, Maranhão e Paraíba – foram os únicos do país com saldo negativo na abertura de vagas no mês passado. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) e foram divulgados na quarta-feira (27) pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

Está por trás desses resultados uma forte retração em vagas da indústria, fenômeno que fez do Nordeste a única região com saldo negativo nas vagas desse setor. Foram 5.859 postos a menos à disposição dos trabalhadores, na contramão do saldo brasileiro, de 54.448 vagas formais nesse ramo, com impulso dos resultados do Sul (+28.526) e do Sudeste (+25.251).

O fechamento de vagas na agropecuária e no comércio também contribuiu para que a geração de empregos no Nordeste fosse menor que nas outras regiões do país. Somados, esses setores tiveram saldo negativo de 2.873 postos de trabalho.

Mesmo com esses resultados, a região manteve o ritmo de aumento de empregos formais retomado no início do ano, com variação de 0,14% no total de vagas no comparativo com o primeiro mês de 2024.

Em fevereiro, o saldo foi de 10.571 postos de trabalho, resultado da diferença entre as 268.930 admissões e os 258.359 desligamentos registrados no período. Como em todo o país, o setor de serviços impulsionou as contratações, sendo responsável por 17.059 vagas criadas no Nordeste.

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Alagoas, Maranhão e Paraíba têm saldo negativo de contratações

Em dezembro, todas as regiões tiveram queda na geração de empregos, cenário que se repete nesse período do ano desde 2020, após a implantação do Novo Caged. Com a mudança de metodologia, empregos temporários criados para as festas natalinas, antes subnotificados no sistema antigo, passaram a ter início e encerramento de vínculos declarados de maneira obrigatória, o que explica a queda generalizada na geração de empregos quando os dados de dezembro são registrados.

O levantamento, porém, constatou que três estados do Nordeste não se recuperaram do tombo do último mês do ano e vêm registrando resultados negativos desde então. Alagoas foi o que menos compensou a perda de vagas com a criação de novos empregos, aparecendo com saldo de menos 2.886 postos de trabalho. A capital, Maceió, sentiu o impacto, mas, ainda assim, conseguiu fechar fevereiro com diferença positiva de 52 vagas entre o total de contratações e o de demissões.

No Maranhão, foi a capital, São Luís, que puxou os resultados para baixo, com saldo de 1.538 empregos a menos. Mesmo com vagas abertas em outros municípios, o estado não conseguiu compensar o fechamento de postos de trabalho e encerrou fevereiro com saldo negativo de 1.220 oportunidades com carteira assinada.

Já na Paraíba, municípios como Santa Rita e Caaporã tiveram fortes retrações, levando o estado a aparecer com diferença negativa de nove vagas entre empregos criados e demissões. A capital, João Pessoa, contudo, se saiu bem no levantamento, com saldo positivo de 1.334 empregos formais.

Maiores economias do NE vão bem na geração de empregos

Na outra ponta do ranking, as três maiores economias do Nordeste têm o que comemorar. A Bahia registrou saldo positivo de 6.249 postos de trabalho, seguida pelo Ceará (+3.897) e por Pernambuco (+2.145). As capitais desses estados também obtiveram bons resultados. Salvador fechou o mês com 4.741 novas vagas, Fortaleza, com 3.470, e o Recife, com 2.639.

Mas foi em Sergipe, com 1.579 novos empregos, que houve a maior variação relativa a janeiro, com índice de +0,48%. O resultado foi impulsionado por Aracaju, capital nordestina que conseguiu viabilizar o maior aumento no índice de geração de empregos em relação ao primeiro mês do ano, com saldo de 1.509 postos de trabalho e variação positiva de 0,82%.

Embora com resultados mais modestos, Piauí, que teve saldo de 533 vagas formais, e Rio Grande do Norte, com 283, também apareceram bem no levantamento do Novo Caged, assim como suas capitais, Teresina (+247) e Natal (+710).

Ministro do Trabalho e Emprego,  Luiz Marinho. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, reafirmou a previsão de um crescimento da economia brasileira maior que 2023, com mais contratações. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Governo estima 2 milhões de empregos gerados em 2024

Já no Brasil, o saldo foi de 306.111 empregos com carteira assinada a mais que o total de vagas fechadas, resultado de 2.249.070 admissões e de 1.942.959 desligamentos. O setor de serviços lidera, com 193.127 novos postos de trabalho, seguido pela indústria, com 54.448 postos, pela construção, com 35.053 postos, pelo comércio, com 19.724 postos, e pela agropecuária, que teve saldo de 3.759 vagas de emprego. São Paulo (101.163 postos), Minas Gerais (35.980) e Paraná (33.043) encabeçam o ranking de onde mais se gerou oportunidades de trabalho com carteira assinada.

Ao comentar os resultados, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, reafirmou a previsão de um crescimento da economia brasileira maior que o ocorrido no ano passado, o que, segundo ele, vai se traduzir em uma maior geração de empregos.

“No ano passado, geramos na ordem de 1,5 milhão [de vagas de trabalho formais] e, este ano, é plenamente possível gerar mais que isso. Esperamos que gere o máximo possível dentro da realidade econômica do país”, avaliou, estimando mais de dois milhões de empregos gerados em 2024, mesma meta do ano passado, que acabou não alcançada.

Leia mais: Brasil criou 1,48 milhão de empregos formais em 2023, aquém do esperado

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