
A Organização Mundial do Comércio (OMC) revisou suas projeções para o comércio global em 2025, prevendo agora uma contração de 1% nos volumes de mercadorias. Essa mudança reflete os impactos das recentes tarifas de importação anunciadas pelos Estados Unidos, que impuseram um aumento geral de 10% sobre todas as importações, com tarifas específicas de 34% para produtos chineses e 20% para produtos da União Europeia.
A diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, expressou preocupação com o risco de uma escalada em uma guerra tarifária, resultando em medidas retaliatórias que poderiam agravar ainda mais o comércio internacional. Ela enfatizou a necessidade de os países gerenciarem as tensões comerciais de forma responsável e utilizarem a OMC como plataforma para diálogo e cooperação.
As reações internacionais foram imediatas. A União Europeia classificou as tarifas como “injustificadas” e “contraproducentes”, planejando uma resposta conjunta que pode incluir medidas de retaliação, especialmente nos setores de aço e alumínio. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, alertou sobre as “consequências imensas” que essas tarifas podem ter na economia global.

Trump também provoca impacto interno
Economistas também ajustaram suas previsões para o crescimento econômico dos EUA, com a Nomura Securities International reduzindo sua estimativa para 0,6% em 2025, devido aos efeitos das novas tarifas. Além disso, o Banco Central Europeu alertou que a guerra comercial iniciada pelos EUA pode reavivar riscos inflacionários, afetando negativamente a economia global.
Diante desse cenário, a OMC destaca a importância de evitar medidas protecionistas e promover um ambiente comercial aberto e previsível, visando a estabilidade e o crescimento sustentável do comércio internacional.
Mercados financeiros afetados
As recentes medidas tarifárias anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também tiveram impactos significativos nos mercados financeiros globais. Nesta quinta-feira (03), o índice S&P 500 registrou uma queda de 4,84%, marcando seu pior desempenho diário desde 2020. O Dow Jones caiu 3,98%, enquanto o Nasdaq recuou 5,97%. Empresas de tecnologia, como a Apple, foram particularmente afetadas; a Apple, por exemplo, sofreu uma desvalorização de 9,25%, resultando em uma perda de mais de US$ 300 bilhões em valor de mercado.
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