A Petrobras deve lançar, entre o fim de outubro e início de novembro, o edital para contratação das plataformas do projeto Sergipe Águas Profundas (Seap). O anúncio foi feito na última segunda-feira (14), semanas após a estatal indicar a avaliação de um novo modelo de contratação. O governo de Sergipe acompanha com otimismo o andamento do projeto, visto como essencial para o desenvolvimento regional.
A diretora de Exploração e Produção (E&P) da Petrobras, Sylvia Anjos, declarou que o edital será apresentado ao mercado em até 15 dias. O anúncio ocorreu durante o lançamento de outro edital voltado à contratação de plataforma para os campos de Marlim, na Bacia de Campos. O novo formato de licitação busca atrair mais interessados para a construção e operação das duas unidades flutuantes de produção e armazenamento (FPSOs).
O secretário de Desenvolvimento Econômico e Ciência e Tecnologia de Sergipe, Valmor Barbosa, celebrou o novo modelo de contratação, afirmando que o projeto está cada vez mais próximo de se tornar realidade. “O lançamento do edital em novo formato garante viabilidade ao Seap e evita novos adiamentos”, comentou Valmor.
Novo modelo de contratação
O modelo adotado pela Petrobras é o BOT (construção, operação e transferência, na sigla em inglês), em que o vencedor da licitação constrói e opera as plataformas por um período entre três a cinco anos, antes de transferir a operação para a Petrobras. No formato anterior, baseado no afretamento, a licitação foi adiada três vezes devido à falta de interessados.
Com o novo modelo, a Petrobras garante que o cronograma do Seap, previsto para iniciar entre 2028 e 2029, será mantido, mesmo com a mudança de estratégia para atrair empresas do setor.
Histórico do Sergipe Águas Profundas
No dia 18 de julho, o governador de Sergipe, Fábio Mitidieri, esteve em audiência com a então recém-empossada presidente da Petrobras, Magda Chambriard, e a equipe técnica da estatal, incluindo a diretora de E&P, Sylvia Anjos, e a diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação, Renata Baruzzi. Durante o encontro, Chambriard reafirmou o compromisso com o projeto e a manutenção do cronograma.
No mês seguinte, em 26 de julho, durante o Sergipe Oil & Gas, Sylvia Anjos reafirmou que o Seap manteria seu prazo original para 2028, ainda que houvesse a possibilidade de as operações começarem no ano seguinte, devido à necessidade de uma nova licitação.
No evento Rio Oil & Gas, em setembro, Sylvia mencionou novamente o projeto Seap e a importância do modelo BOT para assegurar o cumprimento do cronograma. “Estamos confiantes de que, com esse processo, conseguiremos viabilizar a produção no Seap, um projeto fundamental no nosso plano estratégico”, afirmou a diretora.
Capacidade de produção
O projeto prevê que a primeira unidade, Seap I, tenha capacidade de produzir 120 mil barris de petróleo por dia, além de 8 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. A segunda unidade, Seap II, terá a mesma capacidade de petróleo, mas produzirá até 10 milhões de metros cúbicos de gás natural diariamente. Além disso, será construído um gasoduto de 128 km de extensão para escoamento, sendo 100 km no mar e 28 km em terra.
*Com informações do Governo de Sergipe
Leia mais: Petrobras pede mais prazo à ANP para explorar margem equatorial