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A produção de etanol na Bahia passará a ter incentivos fiscais do governo do estado, com um projeto para tornar o estado autossuficiente. Os benefícios passaram a ser válidos no dia 11 de setembro, com a publicação no Diário Oficial do Estado do decreto nº 23.061, assinado pelo governador baiano, Jerônimo Rodrigues. Na mesma linha, também foi assinado um acordo de intenção para um investimento de R$ 1,2 bilhão para a instalação de uma nova biorrefinaria.
O decreto nº23.061 prevê como incentivo um crédito presumido de 75% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre as operações com etanol anidro, que contém uma pequena quantidade de água e é misturado com a gasolina para reduzir a emissão de poluentes, e hidratado, comercializado nos postos de combustíveis.
Jerônimo falou sobre a importância dessa ação para a economia da Bahia e para geração de energias limpas, “O Estado tem atraído empresas que aliam geração de emprego e renda e desenvolvimento sustentável. A alteração da legislação significa mais investimento em energia limpa”.
Também estão previstos para receberem incentivos os DDGs, coproduto gerado a partir da produção de etanol de milho que pode ser usado na alimentação animal, e óleos diversos.
O secretário da fazenda, Manoel Vitório, também comentou sobre medidas que serão implantadas para fortalecer o mercado interno do estado. “Ainda será concedido um crédito presumido médio por litro de álcool anidro para a indústria fabricante, evitando aquisições do produto de outros estados com crédito fiscais superiores, medida que irá favorecer a arrecadação da Bahia”, declarou o secretário.
De acordo com Paulo Guimarães, diretor-presidente da Empresa Baiana de Ativos S.A (BahiaInveste), a partir dessas mudanças o estado pretende se tornar autossuficiente na produção e consumo de etanol. A situação atual evidência a Bahia como importador de aproximadamente 80% do etanol utilizado no estado, entretanto é esperado que após os incentivos a Bahia deixe de importar e se transforme em exportador do produto
“Considerando que o etanol é um dos combustíveis renováveis mais importantes, existem diversos protocolos de intenções para que tenhamos mais fábricas aqui. Já temos uma em Rosário, dois projetos na região do Luís Eduardo Magalhães e outro em Santa Rita de Cássia, todas no Oeste do estado”, declarou Paulo.
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Biorrefinaria em Luís Eduardo Magalhães
Além do decreto garantidor de incentivos, também foi assinado um acordo de intenção para um investimento de aproximadamente R$ 1,2 bilhão que visa construir uma biorrefinaria em Luís Eduardo Magalhães.
O pacto foi firmado entre a Secretaria da Fazenda (Sefaz), Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) e a Inpasa pretende gerar um total aproximado de 3 mil empregos diretos e tem como meta que planta já esteja pronta para utilização no início de 2026.
“A expectativa é de que sejam gerados cerca de 2,5 mil empregos diretos durante a obra e mais de 450 empregos diretos com o início das operações. Para viabilizar o empreendimento serão envolvidos cerca de 200 fornecedores diretos e mais de 10 mil cargas transportadas”, garantiu o vice-presidente da Inpasa no Brasil, Rafael Ranzolin.
A biorrefinaria utilizará cereais, principalmente o milho e o sorgo, para produzir tanto o etanol anidro e hidratado, quanto as DDGs e óleo bruto de milho, além de ter geração e exportação de energia elétrica. É esperado que a indústria tenha uma capacidade de processamento anual de 1 milhão de toneladas de grãos, e que produza anualmente 460 milhões litros de etanol, 230 mil toneladas de DDGS, 23 mil toneladas de óleo vegetal e 200 GWh de energia elétrica.
A Inpasa é uma empresa paraguaia fundada em 2006 e produz biocombustíveis à base de cereais, principalmente o milho. Com a nova unidade, a Inpasa chegará a quatro plantas no Brasil, além de possuir outras duas no Paraguai.
A Inpasa já possui três usinas em funcionamento no Brasil, sendo duas em Mato Grosso, em Sinop e Nova Mutum, e uma no Mato Grosso do Sul, em Dourados. Considerando também as unidades paraguaias, a Inpasa será capaz de processar 12 milhões de toneladas de grãos por ano.
Anualmente a Inpasa produz 2,5 bilhões de litros de etanol, 1,2 milhão de toneladas de DDGs, 150 milhões de litros de óleo de milho e 1.022 GWh de energia elétrica.
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