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Com inflação, câmbio e mercado aquecido, Copom justifica aumento na Selic

Copom segue atento ao cenário e não descarta novas altas na Selic
Patricia Raposo
Patricia Raposo
patricia.raposo@movimentoeconomico.com.br
Banco Central Copom taxa de juros Selic
Selic em alta: ata do Copom reforça preocupação com inflação/Foto: Freepik/Reprodução

A ata da 269ª reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta terça-feira (25), reforça a preocupação do Banco Central com o cenário inflacionário e detalha os motivos que levaram à alta de 1 ponto percentual na Selic, anunciada na semana passada. O Comitê justificou a decisão com base na combinação de inflação persistente, expectativas desancoradas e resiliência da atividade econômica.

Segundo o documento, a inflação de serviços segue elevada e foi agravada por um mercado de trabalho ainda aquecido. Ao mesmo tempo, o câmbio pressionou os preços de bens industrializados, e os alimentos continuam registrando altas expressivas. Para o Copom, esse ambiente torna mais difícil a convergência da inflação à meta e exige uma política monetária mais restritiva por mais tempo.

Projeções de inflação

As projeções internas apontam IPCA de 5,1% em 2025 e 3,9% no terceiro trimestre de 2026 — colocando a inflação ainda acima do centro da meta. A elevação nas expectativas de inflação, especialmente para prazos mais longos, foi apontada como um dos principais fatores de risco. “A desancoragem das expectativas é um fator de desconforto comum a todos os membros”, diz a ata.

Outro ponto de atenção do Copom é o cenário fiscal. O Comitê alertou que incertezas em torno da dívida pública, aumento de gastos e recuos em reformas estruturais podem elevar a taxa neutra de juros e reduzir a eficácia da política monetária. A ata também destaca o impacto de políticas econômicas externas, como as indefinições nos EUA e pressões fiscais na Europa.

Aperto na Selic

Diante desse quadro, o Copom sinalizou que o ciclo de aperto monetário não está encerrado, mas os próximos ajustes devem ser mais moderados, dependendo da evolução da inflação, do hiato do produto e das expectativas.

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Projeções de inflação no cenário de referência:

Índice de preços20253º tri 2026
IPCA5,1%3,9%
IPCA – Livres5,4%3,8%
IPCA – Administrados4,3%4,2%

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