
A ata da 269ª reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta terça-feira (25), reforça a preocupação do Banco Central com o cenário inflacionário e detalha os motivos que levaram à alta de 1 ponto percentual na Selic, anunciada na semana passada. O Comitê justificou a decisão com base na combinação de inflação persistente, expectativas desancoradas e resiliência da atividade econômica.
Segundo o documento, a inflação de serviços segue elevada e foi agravada por um mercado de trabalho ainda aquecido. Ao mesmo tempo, o câmbio pressionou os preços de bens industrializados, e os alimentos continuam registrando altas expressivas. Para o Copom, esse ambiente torna mais difícil a convergência da inflação à meta e exige uma política monetária mais restritiva por mais tempo.
Projeções de inflação
As projeções internas apontam IPCA de 5,1% em 2025 e 3,9% no terceiro trimestre de 2026 — colocando a inflação ainda acima do centro da meta. A elevação nas expectativas de inflação, especialmente para prazos mais longos, foi apontada como um dos principais fatores de risco. “A desancoragem das expectativas é um fator de desconforto comum a todos os membros”, diz a ata.
Outro ponto de atenção do Copom é o cenário fiscal. O Comitê alertou que incertezas em torno da dívida pública, aumento de gastos e recuos em reformas estruturais podem elevar a taxa neutra de juros e reduzir a eficácia da política monetária. A ata também destaca o impacto de políticas econômicas externas, como as indefinições nos EUA e pressões fiscais na Europa.
Aperto na Selic
Diante desse quadro, o Copom sinalizou que o ciclo de aperto monetário não está encerrado, mas os próximos ajustes devem ser mais moderados, dependendo da evolução da inflação, do hiato do produto e das expectativas.
Projeções de inflação no cenário de referência:
Índice de preços | 2025 | 3º tri 2026 |
---|---|---|
IPCA | 5,1% | 3,9% |
IPCA – Livres | 5,4% | 3,8% |
IPCA – Administrados | 4,3% | 4,2% |
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