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Febraban diz que pacote fiscal está “na direção certa”

Entidade dos bancos, no entanto, aponta para necessidade de ajuste "mais forte" no futuro. Anúncio do pacote fiscal teve repercussão imediata com o aumento do dólar
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“Importantes medidas na busca da contenção de gastos”: afirmou a federação dos bancos a respeito do pacote fiscal do governo federal. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgou nota nesta quinta-feira (28) em que destaca que as iniciativas do pacote fiscal, anunciadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estão “na direção certa”, apesar de destacar a “criticidade do quadro fiscal” e acenar para um ajuste “mais forte” no futuro.

Entre as medidas citadas pela federação estão limitação no reajuste do salário mínimo, mudanças do abono salarial e do BPC (Benefício de Prestação Continuada) e as novas regras de concessão e acompanhamento do Bolsa Família.

“Importantes medidas na busca da contenção de gastos”, afirmou a federação.

No que diz respeito ao reajuste do salário mínimo, a Febraban destacou que “na medida em que o reajuste passará a ter limites e a seguir as regras do próprio arcabouço fiscal (crescimento de 70% da receita do ano anterior, no intervalo de 0,6% a 2,5%), a mudança terá impacto positivo nos gastos previdenciários e evitará que se retire mais espaço das despesas discricionárias”.

Um outro ponto destacado foi a restrição ao crescimento das emendas parlamentares, “que passam a seguir os limites do arcabouço fiscal, ao alinhar mais uma frente do Poder Legislativo, que já tem contribuído com o esforço de ajuste fiscal”. Além de considerar “meritórias” as restrições aos supersalários de todos os três Poderes da República.

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No entanto, a nota da Febraban também traz o que chamou de “pontos de atenção”, como a não inclusão de uma revisão dos pisos dos gastos com saúde e educação, com “crescimento acima dos limites do arcabouço”.

Além disso, o documento reconheceu que o anúncio da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil vai melhorar a distribuição de renda, mas ressalta a necessidade de que “essas medidas de isenção do IR, de um lado, e de sobretaxa nas faixas mais altas de renda, de outro, não comprometam o esforço para se alcançar a contenção de gastos no montante necessário para o equilíbrio fiscal”.

Por fim, a nota, assinada pelo presidente da Febraban, Isaac Sidney, conclui: “Com toda a dificuldade de se conciliar as diversas demandas que desafiam o equilíbrio fiscal, o pacote anunciado foi mais um importante passo do governo para conter o crescimento da dívida pública, mas o país precisará continuar perseverando e ambicionando a interrupção da trajetória de expansão dos gastos”.

Pacote fiscal: contas públicas em equilíbrio

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que não há possibilidade de desequilíbrio futuro das contas públicas, ao participar da entrevista coletiva concedida na manhã desta quinta-feira (28), no Palácio do Planalto, ao lado do ministro responsável pelos anúncios econômicos, Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento), Esther Dweck (Gestão e Inovação), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Paulo Pimenta (Comunicação).

As medidas adotadas pelo governo, como a isenção de imposto de renda para o trabalhador que recebe até R$5 mil reais por mês, o realinhamento do reajuste do salário-mínimo e, com ele, todas as despesas indexadas, refletem, na avaliação do ministro, “o compromisso que o presidente Lula tem com o equilíbrio fiscal, com a responsabilidade fiscal e com o arcabouço fiscal”.

Outro dado apresentado por Rui Costa como prova desse compromisso fiscal foi o corte de R$ 20 bilhões do Orçamento neste ano. Segundo ele, outros ajustes poderão ser feitos, se necessário, para garantir no curto, médio e longo prazos o alinhamento das despesas ao conjunto do arcabouço fiscal.

“Esse país cresce de forma consistente, está atraindo investidores internacionais de forma consistente. O governo do presidente Lula é marcado pela previsibilidade. Tomamos hoje medidas anunciadas desde a campanha eleitoral e o povo votou nesse programa, que foi, portanto, legitimado pelas urnas. O presidente está sendo honesto com os eleitores que o colocaram na Presidência da República”, afirmou Costa.

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