A cana-de-açúcar, historicamente, é o motor que move a economia alagoana, mas outros segmentos agrícolas vêm ganhando destaque e produzindo renda e desenvolvimento para o estado. Um deles é a agropecuária, que deve fechar o ano de 2024 com previsão de R$ 70 milhões de investimentos oriundos do governo do estado.
Tido como prioridade pela Secretaria de Agricultura de Alagoas (Seagri), a agropecuária tem ganhado destaque tanto pela produção quanto pelos investimentos recebidos. Segundo a secretária Aline Rodrigues, a produção de leite em Alagoas chegou a 703,4 milhões de litros em 2023.
“Isso gerou um impacto econômico de R$ 1,4 bilhão, representando 85,85% do valor total dos produtos de origem animal no estado. Não podemos deixar de mencionar que o estado compra mensalmente cerca de um milhão de litros de leite no PAA [Programa de Aquisição de Alimentos] Leite, que atende todos os municípios alagoanos. Na ponta do lápis, é um investimento de cerca de R$ 3,5 milhões por mês, atendendo mais de 3 mil pequenos produtores de leite do nosso estado, que têm renda garantida ao fornecer leite ao programa a preço justo”, destacou a secretária em entrevista ao Movimento Econômico.
Além disso, iniciativas de inclusão produtiva já distribuíram quase 900 toneladas de sementes de milho e feijão em 2024, beneficiando mais de 60 mil agricultores familiares. O Governo de Alagoas, através da Seagri, entregou cinco equipamentos agrícolas para fortalecer a produção dos agricultores familiares em Jacuípe, no Litoral Norte, e de Igreja Nova, no Baixo São Francisco, e Junqueiro, no Agreste. Segundo a Seagri, eles somam um investimento de R$ 1,7 milhão de recursos próprios, beneficiando milhares de agricultores ao ano, que vão poder diminuir os custos das suas produções e trabalhar melhor no cultivo.
“Somente em 2024, foram entregues 127 kits de irrigação, que ajudam a estruturar a produção agrícola, atendendo 380 famílias de agricultores, entre eles agricultores da reforma agrária, quilombolas e indígenas. É uma estratégia que dá suporte aos agricultores porque deixa suas produções mais independentes do clima, para irrigar suas plantações e produzir cada vez mais”, afirmou a gestora.
Setor sucroalcooleiro supera agropecuária
O setor sucroalcooleiro também mantém relevante fatia de importância dentro da composição agrícola que gera desenvolvimento e movimenta a economia. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foram plantadas uma área de 290 mil hectares de cana no estado na safra 2023/24, que foi encerrada com mais de 19,3 milhões de toneladas de cana processadas.
A safra 2024/25, segundo informações do Sindicato da Indústria da Açúcar e do Álcool de Alagoas (Sindaçúcar/AL), deve ter aumento na produção de açúcar e álcool, já que todas as 17 usinas do estado estarão em operação. A projeção do Sindicato é de que sejam moídas 20 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Além disso, a previsão é de produzir 1,7 milhão de toneladas de açúcar e mais de 470 milhões de litros de etanol.
O economista Cícero Péricles analisa que alguns setores alagoanos tiveram um salto de produção nos últimos anos, o que favorece a melhoria nos indicadores econômicos do estado. “A agropecuária alagoana, por exemplo, saltou de uma produção no valor de R$3,2 bilhões, em 2018, para R$5,2 bilhões em 2023, favorecida pela boa temporada das chuvas, regulares desde 2017, que contribui muito para o aumento da área plantada, da produtividade e do volume produzido tanto nos 42 municípios alagoanos no Semiárido como na sua Zona da Mata”, apontou.
O estado pretende seguir com investimentos focados em beneficiar agricultores e que possibilitem aumentar o acesso a mercados nacionais e internacionais, além de movimentar o cenário econômico local.
“São muitos projetos e ações para as cadeias produtivas do estado. E todos sendo executados com estratégias e parcerias para que o principal personagem, que são os agricultores, possam ser beneficiados. O governo Paulo Dantas tem como prioridade, sobretudo, o fomento da produção, seja na agricultura ou na pecuária, porque quando o campo produz, muitas famílias na cidade têm acesso a alimentos. Temos trabalhado para ajudar os produtores alagoanos produzirem mais e melhor, para que alcancem os mercados e gerem renda para suas famílias”, destacou a gestora da Seagri.
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