Sua fonte de informação sobre os negócios do Nordeste

Sua fonte de informação sobre os negócios do Nordeste

Crédito aumenta 10,9% no País. Em PE, o crescimento ficou em 8,6%

Um dos motivos da diferença no comportamento do crédito é o fato do desemprego ter diminuído no País, enquanto continua alto em Pernambuco
O presidente da Febraban, Isaac Sydney, traçou um cenário “otimista” da economia do País e falou dos desafios para um crescimento sustentável. Foto: Bruna Ribeiro

O Brasil vive o melhor momento do crédito desde a pandemia, segundo o presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Isaac Sydney, que fez uma palestra no almoço-debate do LIDE Pernambuco nesta segunda-feira (09) na Imbiribeira. Ele citou vários números que formam uma perspectiva “otimista” da economia citando também alguns desafios para o futuro. Pernambuco apresentou, em média, um crescimento de 8,6% do crédito nos últimos 12 meses, enquanto a média nacional ficou em 10,9%. Na pré-pandemia, o crédito crescia, em média, 6% ao ano.

Ainda com relação a Pernambuco, os números levantados pela Febraban mostram o Estado com a maior inadimplência do País. Sydney citou alguns fatores que podem estar contribuindo para esta alta, como uma menor quantidade de vagas de trabalho geradas – “e não estamos aqui fazendo nenhuma crítica ao Estado, porque foram estas informações que nos foram repassadas” -. E acrescentou: “os dados nos levam a acreditar que o endividamento das famílias esteja maior, o comprometimento da renda também maior, o que resulta numa maior inadimplência”.

O cenário otimista citado por Sydney que influenciaram no bom momento do crédito inclui a taxa de desemprego que diminuiu no Brasil, o repactuamento de R$ 24 bilhões das dívidas das famílias feitas pelos bancos de acordo com a renda nos últimos dois anos, – tirando 6 milhões de pessoas que estavam na lista dos negativados – e a elevação da massa salarial que aumentou a capacidade de pagamento das pessoas, entre outros. “Com isso, conseguimos ter mais condições para emprestar melhor e com menos juros”, comentou Sydney. O desenrola para a Pessoa Jurídica repactuou R$ 3,004 bilhões.

Sydney também citou a queda dos juros americanos como algo bom dentro do cenário econômico. Já com relação aos desafios para a economia crescer sustentável, ele citou questões como o déficit fiscal, o controle da inflação e os juros. “A questão fiscal ainda é uma variável e não há certeza de que o governo federal vai cumprir o arcabouço fiscal. O mercado entende que haverá déficit fiscal em 2024, 2025 e 2026”, afirmou.

O crédito e o financiamento de veículos

De janeiro a julho de 2024, os bancos brasileiros financiaram 4 milhões de veículos, o que representou 24% a mais do que os empréstimos deste tipo no mesmo período do ano passado. “Em 2023 inteiro, os bancos financiaram 6 milhões de veículos, sendo 4 milhões de usados e 2 milhões de novos . Vamos superar e muito os carros financiados no ano passado”, contou.

- Publicidade -

Com relação ao crédito para veículos, também ocorreu uma mudança com a lei federal 14.711/2023, conhecida como o Marco das Garantias, que entrou em vigor em outubro do ano passado. Segundo Sydney, na prática, quem precisar de um financiamento para comprar um carro – seja usado ou novo – vai ter a oportunidade de pagar menos juros, se permitir, que no caso de inadimplência o carro seja retomado sem passar por um processo judicial. “Isso torna o processo de recuperação do carro mais rápido e quanto mais efetiva é a recuperação do crédito, menor é o risco deste crédito. Já estamos no menor patamar de juros dos três anos e esta medida já está sendo efetiva”, argumentou.

De 100 veículo financiados, 20 tinham a garantia e com a garantia os juros são menores. A atual carteira de financiamento de veículos totaliza R$ 320 bilhões. E a expectativa da entidade é alcançar uma carteira de R$ 520 bilhões em 2026.

As bets e a economia

Ainda durante a palestra, Sydney fez uma “alerta ao poder público” de que o País pode ter problemas sérios financeiros, caso não faça algo para a compulsão das pessoas com relação às apostas, conhecidas como bets, que pode tirar dinheiro do consumo das famílias. “É uma preocupação legal da indústria bancária que tem R$ 4,3 bilhões emprestados às famílias, que precisam de recursos para complementar a renda e que têm parte da renda sendo destinadas às apostas”, constatou.

Ele também argumentou que “há uma proliferação destes sites se legalizando. São 113 pedidos de autorização ao Ministério da Fazenda, incluindo a própria Caixa Econômica Federal. E, portanto, cada vez que fazem as apostas, as pessoas usam o seu orçamento que poderia estar direcionado para o varejo, consumo, pagar uma prestação da casa própria ou de um carro. No Brasil, temos o segundo ou terceiro maior mercado de apostas”, concluiu.

Leia também

Financiamentos de veículos novos e usados cresceram 14,8% em agosto

Novo economista-chefe do BNB quer acelerar desenvolvimento sustentável

- Publicidade -
- Publicidade -

Mais Notícias

- Publicidade -