Recife e Fortaleza são os dois únicos representantes do Nordeste entre os 100
municípios mais competitivos do país. O Recife é a cidade da região melhor colocada no Ranking de Competitividade dos Municípios 2024, divulgado nesta quarta-feira (21) pelo Centro de Liderança Pública (CLP).
A capital pernambucana ocupa a 53ª posição geral (caiu 16 posições em relação a 2023) entre os 404 municípios com população superior a 80 mil habitantes analisados, sendo a 8ª entre as capitais brasileiras e a primeira do Nordeste nesta categoria. Fortaleza é o outro destaque positivo regional, subindo 38 posições e agora na 96ª colocação geral e na 11ª posição entre as capitais (2ª do NE).
Na sua 5ª edição, o Ranking de Competitividade dos Municípios do CLP é composto por 65 indicadores, organizados em 13 pilares temáticos e 3 dimensões (economia, sociedade e instituições). As 404 cidades que tiveram seus números analisados correspondem a 59,34% da população brasileira (120.499.435 habitantes do total de 203.080.756 habitantes do Brasil de acordo com o Censo Demográfico de 2022).
Teresina (PI) (154ª colocação, avanço de 13 posições), João Pessoa (PB) (157ª colocação, avanço de 4 posições) e Sobral (CE) (161ª colocação, recuo de 25 posições) completam a lista das 5 cidades do Nordeste mais bem posicionados no ranking 2024 do CLP.
Por outro lado, o município da região que apresentou o maior recuo de posicionamento foi Igarassu (PE) (347ª colocação, queda de 57 posições), enquanto o maior avanço ocorreu para Paço do Lumiar (MA) (326ª colocação, avanço de 62 posições).
Cidades nordestinas, destaques nacionais
Alguns municípios nordestinos conseguiram se destacar em dimensões e pilares específicos. Maceió ficou em 5º lugar nacional na dimensão “Instituições”, avançando 38 posições. Segundo o CLP, a capital alagoana apresenta ótimo desempenho em ambos os pilares que compõem a dimensão: ocupa a 15ª colocação em sustentabilidade fiscal (avanço de 134 posições) e se mantém na 14ª posição em funcionamento da máquina pública.
No pilar “Acesso à Educação”, o Ceará teve um município entre os cinco primeiros colocados nacionais. Iguatu permanece na 4ª colocação nesta edição, com os indicadores de matrícula em tempo integral os seus melhores resultados no pilar, sendo inclusive a grande referência em alunos em tempo integral no ensino médio.
Já no pilar “Qualidade da Educação”, dois municípios cearenses emplacaram o top 5 nacional: Sobral, uma referência em resultados educacionais no Brasil, permanece na liderança no pilar. O município é um destaque absoluto na nota do Ideb (ensino fundamental: 1ª colocação tanto para os anos iniciais quanto para os anos finais e ensino médio: 2ª colocação, tendo avançado 14 posições). Quixeramobim, novo município cearense nesta edição, ocupa a 4ª colocação, apresenta resultados excelentes nas notas do Ideb, ocupando inclusive a 2ª colocação nos anos iniciais e anos finais do ensino fundamental.
No pilar “Meio Ambiente”, Ilhéus passou a ocupar a 4ª colocação neste item após avançar uma posição. O município baiano apresenta bom desempenho em cobertura de floresta natural (19ª colocação, avanço de 7 posições). A cidade tem, porém, em emissões de gases de efeito estufa a principal oportunidade de continuar avançando no pilar (114ª colocação, avanço de 36 posições).
No pilar “Capital Humano”, o Recife está na 4ª colocação nacional, tendo recuado uma posição em relação à última edição. A capital pernambucana é o 7º município colocado em taxa bruta de matrícula no ensino técnico e profissionalizante e apresenta ótimo desempenho em qualificação dos trabalhadores em emprego formal (10ª colocação). Segundo o CLP, o Recife tem como oportunidade de melhoria relativa principalmente o indicador de taxa bruta de matrícula no ensino superior (35ª colocação, avanço de 22 posições).
Cidades abaixo da média
De um modo geral, os municípios do Nordeste apresentaram um dos menores desempenhos médios, mesmo tendo 22,3% da amostra (90). A região teve quase metade dos 100 últimos colocados a nível Brasil, com 47 (47,0%). “Os municípios do Nordeste têm os posicionamentos mais desfavoráveis, na média, em economia e, principalmente, sociedade, os principais pontos de atenção”, destaca o relatório.
Em termos de presença entre as últimas colocações no ranking geral, a região apresenta a segunda performance mais desfavorável (a região Norte ocupa parcela proporcionalmente mais relevante entre as últimas colocações): os municípios do Nordeste ocupam 20 entre as 50 (40%), 7 entre as 20 (35%) e 4 entre as 10 (40%) últimas colocações.
Em conjunto a Bayeux (PB), Macaíba (RN) e Santa Rita (PB), estes resultados extremamente insatisfatórios são decorrentes, principalmente, do desempenho de uma parcela dos municípios dos estados do Maranhão (como por exemplo Santa Inês (MA), Barra do Corda (MA), Caxias (MA), Codó (MA), Pinheiro (MA) e Chapadinha (MA)) e da Bahia (como por exemplo Simões Filho (BA), Serrinha (BA) e Valença (BA)).
“Similar ao contexto dos municípios da região Norte do país, o posicionamento médio insatisfatório para os municípios pertencentes ao Nordeste ressalta a necessidade de atuação da gestão pública, do setor privado e da população para a implementação de medidas que aprimorem a competitividade destes municípios no contexto nacional”, alerta o documento.
O ranking pode ser consultado através deste link.
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