Braskem importa sal do Chile para manter produção em AL

Segundo Porto de Maceió, o sal é o produto mais importado e açúcar o mais exportado do estado. Só a Braskem trouxe do Chile 1,8 milhão de toneladas de sal em três anos
Fachada Braskem
Extração de sal-gema em Maceió foi paralisada em 2019 após cinco bairros registrarem rachaduras em imóveis. Foto: Google/Reprodução

Em 2019, o cenário social e econômico de Maceió caminhava para severas mudanças com as primeiras rachaduras e tremores em bairros da cidade, que depois tiveram que ser totalmente desocupados sob risco de colapso em função da extração de sal-gema. Do outro lado, a Braskem paralisou as atividades durante quase dois anos e retomou a produção de cloro, soda cáustica e outros produtos na unidade de Maceió importando sal do Chile. Mais de 1,8 milhão de toneladas já vieram do país do Oceano Pacífico, tornando o sal o produto com maior volume de importação do estado, segundo dados do Porto de Maceió.

Segundo a Braskem informou ao Movimento Econômico, as atividades na unidade do bairro do Pontal da Barra, em Maceió, foram totalmente paralisadas em maio de 2019, após as ocorrências de rachaduras em imóveis nos bairros de Bebedouro, Mutange, Bom Parto e Pinheiro, que também sofreu com um abalo sísmico em fevereiro de 2018.

Ficou comprovado que o terremoto de magnitude de 2,5 na escala Richter e a sequência de aparecimento de rachaduras nos imóveis em cinco bairros foram causadas pela extração de sal-gema nas minas localizadas nestes bairros e em partes da Laguna Mundaú.

Após dois anos de paralisação da produção, a Braskem retomou as operações na planta em fevereiro de 2021 adquirindo sal de minas licenciadas no Chile. Segundo dados da petroquímica, já foram importadas mais de 1,8 milhão de toneladas de sal nestes últimos três anos para abastecer a produção de cloro, soda-cáustica e do composto químico dicloroetano.

“A empresa investiu R$ 67 milhões em adequações tecnológicas e de infraestrutura na fábrica do Pontal da Barra e na logística rodoviária e portuária para integrar o processo de transporte de sal. A matéria-prima vinda de jazidas licenciadas do Chile chega pelo Porto de Maceió, onde é armazenada e, em seguida, transportada até a fábrica por meio de carretas, que circulam em horário comercial”, explicou a Braskem por meio de nota.

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Segundo balanço de movimentação de cargas do Porto de Maceió, entre janeiro e maio deste ano foram importadas 321.876 toneladas de sal. O produto teve aumento de 11,15% no total importado do Chile em comparação aos primeiros cinco meses de 2023, onde Maceió recebeu 289.586 toneladas.

Porto de Maceió sal açúcar
Açúcar e sal fazem a dobradinha de maiores movimentações de cargas no terminal portuário da capital alagoana. Foto: Porto de Maceió

Entra sal, sai açúcar

Se por um lado, o sal é o produto mais importado no estado, o açúcar está na outra ponta da balança e figura como o item mais exportado por Alagoas. Nos dados de movimentação do Porto de Maceió, os cinco primeiros meses do ano resultaram em 545.771 toneladas de açúcar a granel que foram produzidas no estado e exportadas para países da América e África.

Segundo a gerente do Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (FIEA), Dielze Mello, somente no mês de maio as exportações alagoanas cresceram 22,6% em relação ao mesmo período de 2023 e totalizaram US$ 103,5 milhões. Já as importações de maio somaram US$ 68,3 milhões, registrando um crescimento de 21,9% no comparativo com o mensal do ano passado.

“A balança comercial apresentou um superávit de US$ 35,2 milhões. Açúcar e produtos derivados são itens importantes e recorrentes da pauta de Alagoas, sempre com uma grande representatividade. Em maio, o açúcar foi responsável por 73% da pauta de exportação, que teve como destino Canadá, Estados Unidos, México, Djibuti, Colômbia, todos estes países da América, além de Angola, Togo e Gambia, na África”, explicou Dielze.

Leia mais: STF nega pedido do governo de Alagoas contra acordos da Braskem

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