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PIB avança 2,5% no primeiro trimestre, aponta IBGE

Alta do PIB foi impulsionada pela melhora no nível de emprego, que estimulou o consumo das famílias
PIB
PIB apresentou evolução positiva graças ao consumo das famílias e serviços/magem de Gerd Altmann por Pixabay

A economia brasileira cresceu 2,5% no primeiro trimestre do ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. Em relação ao último trimestre de 2023, o Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de todos os bens e serviços produzidos no país) apresentou alta de 0,8%.

No acumulado de 12 meses, o crescimento da economia do país soma 2,5%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (4), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em valores correntes, o PIB chega a R$ 2,7 trilhões de reais.

O resultado foi influenciado pela alta de 1,5% do consumo das famílias que tem o maior peso do lado da demanda. Esta alta é função direta da melhora da massa salarial que vem apresentando bons resultados desde o ano passado diante da queda no desemprego.

Do lado da demanda se destaca também a alta de 4,1 % da formação Bruta de Capital Fixo. Um ponto curioso: não houve avanço no Consumo do Governo, que variou 0%. A alta na agricultura foi de 11,3%.

O setor de Serviços foi o principal responsável pela variação positiva, com alta de 1,4%, principalmente em função das contribuições de Comércio (3%), Informação e Comunicação (2,1%) e Outras Atividades de Serviços (1,6%). A Agropecuária cresceu 11,3% e a indústria registrou pequena variação negativa (-0,1%), considerada estabilidade.

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“O comércio varejista e os serviços pessoais ligados ao crescimento do consumo das famílias, a atividade de internet e desenvolvimento de sistemas, devido ao aumento dos investimentos e serviços profissionais, se destacaram no período”, afirmou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.

Outro destaque positivo apontado foi o aumento dos investimentos, alavancados pelo aumento na importação de bens de capital, no desenvolvimento de software e na construção. Uma das características do PIB do primeiro trimestre de 2024 é que ele é mais pautado pela demanda interna.

“Em 2022 e 2023, o setor externo havia contribuído positivamente, com exportações crescendo mais do que importações. Nesse primeiro trimestre estamos importando muitas máquinas e equipamentos e bens intermediários e o Real se valorizou”, avaliou a especialista.

Expansão da renda ajudou resultado do PIB, aponta Fiesp

A expansão da renda dos brasileiros teve papel relevante para o avanço do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país) apurado no primeiro trimestre deste ano. O crescimento foi de 0,8% na comparação com o desempenho da economia no último trimestre do ano passado, após dois trimestres consecutivos de estabilidade.

De acordo com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o período de janeiro a março foi marcado pela resiliência do consumo e também dos serviços, que impactaram a renda. Além disso, o pagamento, pelo governo federal, de precatórios, contribuiu para ter mais dinheiro circulando na economia. Esses pagamentos de precatórios corresponderam à injeção na economia de R$ 131 bilhões, cerca de 1,1% do PIB, relativos aos meses de dezembro de 2023 a fevereiro de 2024.

O Departamento Econômico da Fiesp apontou que o dinamismo da economia no primeiro trimestre refletiu a continuidade do mercado de trabalho aquecido. Dados do Caged mostram que foram criadas mais de 730 mil novas vagas de emprego formal no primeiro trimestre, bem acima, portanto, das 520,3 mil vagas criadas em igual período de 2023. 

A Fiesp destacou que o aumento real do salário mínimo e o seu impacto direto nos benefícios sociais, inclusive os previdenciários, contribuíram para  a massa salarial crescer 10,4% em termos reais no primeiro trimestre deste ano, quando comparada ao mesmo período do ano passado.  

A retomada da produção de bens de capital na chamada Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que antecipa e confirma a projeção de crescimento da economia retratada pelo PIB, avançou 4,1% dos investimentos realizados no período. Além desse indicador positivo, segundo a Fiesp, a indústria de transformação voltou a crescer no primeiro trimestre em 0,7%. No entanto, a entidade observou que a retomada da indústria não foi melhor por causa da menor intensidade da redução dos juros pelo Banco Central. 

“O impacto negativo dos juros em níveis restritivos não ocorre de forma uniforme entre os setores da indústria. Juros estacionados em níveis restritivos podem dificultar a trajetória da recuperação dos setores mais sensíveis aos juros, os quais foram os mais afetados pelo último ciclo de aperto monetário”, analisa a Fiesp.

*Com informações da Agência Brasil

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