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Pix completa dois anos e tem na região Nordeste o segundo maior volume de usuários

Nordeste responde por 26% dos usuários do Pix, que tem 523,2 milhões de chaves cadastradas em todo o país
O meio de pagamento criado pelo Banco Central (BC) transfere valores entre contas em poucos segundos. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Nesta quarta-feira (16), a ferramenta Pix completa dois anos de sua implementação no Brasil. A data traz consigo números que impressionam: de acordo com a Federação Brasileiros de Bancos (Febraban), até o último dia 30 de setembro, foram feitas 26 bilhões transações via Pix no sistema financeiro nacional, que somam R$ 12,9 trilhões em valores das transações.

Ainda de acordo com a Febraban, o Nordeste tem o segundo maior número de usuários do Pix por região (26%), perdendo apenas para o Sudeste do país (43%) e seguido das regiões Sul (12%), Norte (10%) e Centro Oeste (9%). Com relação ao perfil dos usuários, a grande maioria é composta de adultos jovens, sendo 64% deles com idades entre 20 e 39 anos.

Desde seu lançamento, o Pix também já soma 523,2 milhões de chaves cadastradas, sendo 213,9 milhões de chaves aleatórias, 114,2 milhões de chaves com números de CPF, 108,3 milhões de números de celular e 77,5 milhões de endereços de e-mail. Até o último mês de outubro, 141,4 milhões de brasileiros já tinham usado o Pix.

Os números provam que este meio de pagamento aniversariante do dia consolidou-se e contribuiu grandemente para a digitalização das negociações em todo o país. “Como próximo passo, é importante que tenhamos mais segurança com o Pix, o que será possível com a evolução dos sistemas de combate à fraude e melhoria do Mecanismo Especial de Devolução,” sugere o diretor da ABFintechs e CEO da startup Iniciador, Marcelo Martins. Para os próximos anos, confira outras previsões e opinião de especialistas em E-commerce, Câmbio e Investimentos:

Leonardo Cecchetto CEO e fundador da Sync

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Foi por causa do PIX que milhares de novas empreendedoras não precisavam mais criar sites profissionais em plataformas de e-commerce, pagando o que não podiam e sem nenhuma garantia de vendas, somente para poder receber pagamentos. Com o PIX, tornou-se plenamente possível vender usando somente o Instagram, Facebook, TikTok, WhatsApp, tudo conectado a um catálogo digital, em que o pagamento acontece no WhatsApp com PIX.

Durante os primeiros meses de pandemia da COVID-19, marcas como Natura, Avon, Jequiti e Boticário passaram a adotar de forma apressada catálogos digitais, já que a venda porta-a-porta não era mais possível. Assim que o PIX chegou, a adoção desses catálogos pelas revendedores aumentou ainda mais, por ter se tornado mais fácil para os clientes “fazerem o PIX”.

Agora grande parcela da população já tem uma conta bancária digital, acabou com as tarifas abusivas e a demora na transação do dinheiro. Ficou mais fácil transacionar de forma online, e isso impactou milhões de pequenos negócios online no Brasil. O pequeno empreendedor não precisa perder de 2% a 4% do seu faturamento em tarifas das adquirentes, e muito menos esperar 14 dias para que este dinheiro esteja na sua conta.

Caio Pilato fundador e CEO da Wecambio

Para o setor de câmbio, a agilidade falou mais alto. Nos recebimentos do exterior conseguimos realizar os pagamentos durante o dia e não somente nos horários de corte como acontecia. Para os envios conforme citado acima, trouxe um conforto maior para a mesa de câmbio e até ganhos financeiros, pois se recebemos os reais dos clientes antes do combinado, trabalhamos com esse recurso em aplicação e cumprimos a data combinada previamente com os clientes assim rentabilizando ainda mais a operação.

Antes, emitíamos boletos com códigos de barras que eram cobrados pelo banco emissor e demoravam até dois dias para compensação, e hoje, emitimos boletos de pagamento via sistema automaticamente com o Qr code, facilitando ainda mais o processo de recebimentos dos reais e reduzindo drasticamente o custo dos boletos antigos com códigos de barras.

Para o futuro, nossa aposta principal dessa revolução é o pix internacional. A tecnologia está sendo estudada pelo Bacen facilitaria muito o processo de envio de dinheiro, pois hoje para quem não entende os códigos e nomenclaturas envolvidos no processo (SWIFT, ABA, ROUTING, ACH, IBAN, entre outros) pode ser confuso e difícil.

Daniel Carraretto e Danilo Gato, especialistas em Finanças e Investimentos

No setor financeiro, o resultado foi a maior fluidez do dinheiro, a redução do uso de transferências tradicionais e a quase eliminação do uso de dinheiro papel, conta Carraretto. Já Danilo Gato explica que “o Pix permitiu ao investidor transferir dinheiro da sua conta corrente para a corretora sem custos. O custo de transação pode parecer irrelevante, mas levando em consideração que muitos investidores investem quantias mais módicas mensalmente, como R$ 100, por exemplo, uma taxa de transação de R$10 faria com que o investimento precisasse render aproximadamente 10% no ano só pra pagar esse custo. Com o Pix isso não acontece mais. Além disso, para investidores que fazem operações especulativas de curto prazo, é importantíssimo pode mover as quantias de forma rápida para não perder oportunidades.”

Para os próximos anos, os especialistas concordam que a funcionalidade do Pix internacional, que deve baratear muito transações para fora do país quando for implementado. Vai ajudar muito investidores que querem investir no exterior porque as taxas de câmbio são alguns dos maiores custos que dificultam esse tipo de investimento.

Leia também: Pix cresce 225% e reduz espaço de meios tradicionais de pagamento

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