A Buser vende passagens de ônibus sem ter um veículo, fazendo viagens intermunicipais e interestaduais. É o modelo de economia compartilhada chegando a este setor. A empresa já transportou 200 mil passageiros de setembro do ano passado até outubro deste ano no Nordeste. “Crescemos três vezes no ano passado. Agora, a nossa expectativa é de ter um aumento de 60% na Região entre outubro deste ano e janeiro de 2023”, comenta a gerente de operações da Buser para o Nordeste, Nathália Toledo.
A Buser começou a operar no Nordeste em setembro do ano passado e já conta com mais de 100 empresas diferentes na região. E, para tornar o seu serviço mais popular, a empresa usa a estratégia de dar descontos. Entre outubro e novembro, época de alta temporada na região, dará até 50% em mais de 20 trechos entre. A expectativa da startup é transportar mais de 90 mil passageiros na região até janeiro de 2023.
Há opções saindo e chegando em cidades como Recife (PE), João Pessoa (PB), Fortaleza (CE) e São Luís (MA). “O fim da pandemia do coronavírus e o alto preço das passagens aéreas vão fazer as pessoas viajarem mais e escolher os ônibus. Conectamos pessoas que queiram viajar com empresas de fretamento. E o nosso usuário pode comprar tudo online pelo site ou aplicativo”, comenta a gerente de operações. Neste conectar, são formados os grupos que vão para o mesmo destino e aí entra o ônibus fretado para fazer a viagem.
“Todos os ônibus estão regularizados dentro do que estabelece a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e também obedecem as regras das agências reguladoras de cada Estado”, conta Nathália. Os motoristas que trabalham nos ônibus são contratados pelas empresas que prestam serviço à Buser. E acrescenta:”Toda a parte de seguro é de responsabilidade da Buser, que oferece um seguro de vida e a empresa parceira faz um seguro para a viagem”.
Nathália também diz que a forma de contratação dos motoristas é diferente dos serviços de transporte por aplicativo. “Os motoristas são contratados pelas empresas parceiras e passam por treinamentos constantes”, conta Nathália.
A Buser também instala câmaras nos ônibus que fazem o monitoramento dos passageiros e também dos movimentos do motorista, com um equipamento que tenta monitorar a fadiga. “Ao perceber que o motorista está com sintomas de sonolência, alguém da Buser entra em contato com ele”, disse.
Promoções no Nordeste
São mais de 20 trechos com preços promocionais entre outubro e novembro. A rota João Pessoa (PB) – Recife (PE), por exemplo, pode chegar a R$ 15,90, cerca de 50% a 70% mais barato do que nas viações tradicionais. A passagem de Recife a Gravatá sai por R$ 9,90 e a de João Pessoa a Campina Grande por R$ 16. E a de Campina Grande para Recife fica por R$ 39,90.
A companhia já tem viagens para 38 municípios do Nordeste. Geralmente, o embarque é fora das grandes rodoviárias, mas em locais de grande movimentação, como os shoppings, ou até uma garagem de uma empresa parceira.
A Buser tem cinco anos e foi fundada por dois empresários mineiros: Marcelo Abritta e Marcelo Vasconcellos, que começaram fazendo viagens entre São Paulo e Minas Gerais. Atualmente, a empresa atender mais de 500 cidades e tem 300 empresas parceiras que entram com os ônibus.
Em junho do ano passado, a companhia recebeu um aporte de R$ 700 milhões, liderado pelo fundo LGT Lightrock. A rodada também contou com a participação de Softbank, Monashees, Valor Capital Group, Globo Ventures e Canary, todos investidores da Buser nas séries anteriores, além de Iporanga Ventures. A empresa não revela quanto foi o seu faturamento no ano passado.
