Por Kleber Nunes
Maior produtor de energia eólica e terceiro na produção a partir de placas fotovoltaicas, o Rio Grande do Norte receberá o Polo Sebrae de Energias Renováveis. Com a promessa de ser um hub de informações, conexões, capacitação e estratégias para atender a empreendedores de todo o Brasil, o projeto visa estabelecer ações integradas entre governanças nos Estados, grandes corporações, startups, pequenos negócios e demais atores do ecossistema de inovação. O polo foi lançado, nesta segunda-feira (15), em Brasília (DF), durante o Energia 50+50, um seminário promovido dentro das comemorações alusivas aos 50 anos do Sebrae, que debateu também os cenários e oportunidades da matriz energética brasileira nas perspectivas de gestão da energia e geração de negócios para as pequenas empresas do país.
O Rio Grande do Norte foi escolhido para operacionalizar o polo pela experiência no atendimento aos empreendedores do setor e portfólio de soluções desenvolvidas especialmente para o setor de energias renováveis, sobretudo o de geração fotovoltaica, onde o estado responde por 17,4 MW. Já as plantas eólicas têm 6,6 GW de potência instalada. Juntamente com Bahia, Ceará e Piauí, o estado potiguar respondeu por 84% da energia gerada por essa fonte nos últimos 12 meses, segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS).
O Estado, segundo o Sebrae, também apresenta potencial para a geração do hidrogênio verde e já possui um centro de tecnologia que é referência, o Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGás-ER), do sistema Senai, onde o novo polo será instalado, em Natal.
O Polo de Energias Renováveis está estruturado em três fases, chamadas de ondas. Na 1ª onda, que inicia agora e vai até o fim do primeiro semestre de 2023, será implantada a estrutura física do projeto e criada uma plataforma de atendimento e informações no meio digital, garantindo engajamento e escalabilidade. Por isso, o polo está sendo considerado “figital”, ao unir operações on e off line.
A segunda onda será trabalhar a parte de inteligência de dados para agregar informações estratégicas. Também serão abertos editais de fomento às clean tech’s, que são as empresas de tecnologia que operam com soluções para a geração de energias limpas. Dos R$ 5 milhões previstos para os três primeiros anos do equipamento, cerca de 25% serão aplicados na área de inovação e tecnologia. A expectativa é que o Polo Sebrae de Energias Renováveis esteja consolidado até o terceiro ano do projeto, período chamado da 3ª onda, quando o equipamento ganha efeito de rede e gera monetização de soluções criadas para se tornar autossustentável.
O presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Rio Grande do Norte, Itamar Maciel, reafirmou que o maior objetivo do Polo Sebrae de Energias Renováveis é incluir os micro e pequenos negócios nos circuitos produtivos. “O hub de inovação vai funcionar diuturnamente para fomentar o crescimento de micro e pequenos negócios, tanto na produção de energias renováveis, como no acesso às soluções propostas”, afirmou Itamar.
Lorena Roosevelt, que está à frente do polo, salientou a transversalidade da energia nos diversos setores de geração de negócios. “Está nas relações de consumo, nas realidades digitais, na segurança de dados, na mobilidade, entre tantas outras”, comentou, ao lembrar que o projeto será um espaço de compartilhamento e conectividade de oportunidades de negócio. “É um imã entre os participantes. Nosso público são startups, pequenos negócios e parceiros”, completou.