Nordeste puxa crescimento dos títulos de capitalização

Por Kleber Nunes A aplicação financeira por meio de títulos de capitalização cresceu 25,2% de janeiro a abril deste ano em comparação com 2021. Os dados da Federação Nacional de Capitalização (Fenacap) revelam ainda que o Nordeste foi a região que apresentou maior crescimento (24,5%) e ajudou a puxar para cima as reservas técnicas – […]

Por Kleber Nunes

A aplicação financeira por meio de títulos de capitalização cresceu 25,2% de janeiro a abril deste ano em comparação com 2021. Os dados da Federação Nacional de Capitalização (Fenacap) revelam ainda que o Nordeste foi a região que apresentou maior crescimento (24,5%) e ajudou a puxar para cima as reservas técnicas – que medem a robustez financeira do setor. O avanço nas reservas foi de 4,9%, chegando ao maior patamar da história: R$ 34 bilhões.

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O ranking é seguido pelo Norte (23,9%), Centro-Oeste (22,6%), Sul (15,4) e, por último, o Sudeste (12,4%). No primeiro quadrimestre também foi registrado o aumento dos recursos pagos em resgates e sorteios, um relevante incremento e injeção de recursos à economia, que atingiu R$ 6,5 bilhões (+1,4%) nos resgates, e R$ 470 milhões (+13,4%) nos sorteios.

“Uma das bases dessa recuperação, mesmo em um período extremamente desafiador para a economia, é porque a Capitalização desenvolveu uma grande capacidade de criar soluções de negócios com sorteios voltadas, para o atendimento de necessidades específicas de outros segmentos da economia e dos consumidores em geral”, analisou o presidente interino da Fenacap, Márcio Coutinho.

Filantropia Premiável

Os títulos tradicionais de capitalização continuam liderando as vendas, a novidade tem sido o crescimento da modalidade de Filantropia Premiável. Esses títulos permitem que o consumidor cede o direito do resgate de sua reserva para uma instituição previamente credenciada pelas empresas de Capitalização, permanecendo com o direito de concorrer a prêmios.

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Considerando os três primeiros meses do ano, Filantropia Premiável cresceu 24,5% sobre igual trimestre de 2021, com receita de R$ 750 milhões. A modalidade, que recentemente teve as regras aprovadas pelo Congresso e sancionadas pela Presidência da República por meio da Lei 14.332, direcionou um volume de recursos de R$ 383 milhões às organizações filantrópicas de janeiro a março de 2022.

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Foto: Freepick

“As pessoas podem investir até 34% do depósito para entidades que trabalham no terceiro setor. Acredito que já tenha esse crescente porque as pessoas estão ficando mais sensíveis às causas sociais principalmente pós covid-19, e começaram a se preocupar, efetivamente, mais com os outros. Isso faz com que tenha esse aumento de investimentos nessa aplicação, mas no sentido de ajuda do que de buscar rentabildidade”, afirmou a economista e professora do Centro Universitário UniFBV Wyden, Amanda Aires.

Para a docente, a pobreza do Nordeste se comparada, por exemplo, ao Sul, pode estar entre as razões que fazem com que cresça esse tipo de aplicação financeira na região, sobretudo, em títulos que garantam a transferência de parte desse investimento a entidades filantrópicas. “Acredito que por termos várias instituições que estão em busca de recursos e, uma forma de fazer isso, é associar a um sorteio, fazendo com que pessoas concorram a prêmios e ao mesmo tempo ajudem ao próximo”, disse.

Amanda Aires |
Amanda Aires /Foto: divulgação

Amanda pondera que o sistema de capitalização não é tão vantajoso por causa das próprias regras que, consequentemente, tornam o modelo pouco rentável. Porém, ela destaca que o formato de título premiável tem “esse lado social que não pode ser desconsiderado”.

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