Os trabalhadores interessados em investir em ações da Eletrobras, a maior holding do setor elétrico brasileiro, podem usar os recursos que estão nas contas do FGTS. A Eletrobras é a dona da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), que tem sede no Recife, e na última sexta-feira, entregou os documentos necessários para realizar a oferta de ações que vai resultar na sua privatização.
Os interessados podem investir a partir de R$ 200 se for via Fundo Mútuos de Privatização (FMP) ou Fundo Mútuo de Privatização (FMP) – Migração. A expectativa do governo federal é de arrecadar R$ 30 bilhões com a venda das ações da Eletrobras, sendo R$ 6 bilhões de operações que usem os recursos do FGTS. O preço das ações será fixado no dia 09 de junho.
Na compra destas ações, as pessoas físicas podem investir até R$ 1 milhão. Já quem vai usar o FGTS, só pode usar, no máximo, até 50% do saldo disponível em cada conta vinculada do FGTS. As reservas para as ações vendidas no varejo devem ser feitas no período de 03 a 09 de junho.
Treze instituições se habilitaram para negociar papeis de fundos com cotas destas ações. São 22 fundos tipo FMP ou FMP- Migração. As instituições habilitadas para operarem com recursos do FGTS são: Caixa, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, Unibanco, Santander, XP, BTG Pactual, Genial, Safra, BNB, entre outros.
De acordo as informações divulgadas pela própria Eletrobras, as ações serão oferecidas em duas ofertas. A oferta primária inclui um tipo de título chamado American Depositary Receipts (ADRs) emitidos nos Estados Unidos- que serão negociados na Bolsa de Nova York em 10 de junho. As ações na B3, em São Paulo, serão negociadas em 13 de junho.
Vai sobrar para o consumidor
Especialistas dizem que a conta de luz vai ficar mais cara, porque hoje a energia gerada pelas hidrelétricas da estatal – com algumas poucas exceções – são remuneradas apenas por uma taxa de manutenção e operação desde 2013 com o preço muito abaixo do mercado. A alta do preço da energia elétrica é um dos motivos que têm contribuído para o aumento da inflação no Brasil.
Para os nordestinos, a maior consequência disso é a privatização da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), uma das maiores empresas do Nordeste, que pertence à estatal. Durante o processo de privatização, não foi discutido como vai ficar o multiplo uso do Rio São Francisco nem como ficarão os programas de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação que a Chesf banca no Nordeste.