Por Juliana Albuquerque
Após fechar 2020 com crescimento de 1,3%, o setor de seguros no Brasil deve encerrar 2021 com crescimento de dois dígitos, alta de até 14,1%. Até outubro, segundo dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), sem considerar seguros saúde e DPVAT, a receita dos últimos 12 meses chegou a R$ 303,4 bilhões, crescimento de 12,6% sobre o mesmo período em 2020.
“Qual outra indústria econômica conseguiu crescer nessa mesma proporção? Realmente a indústria de seguro se mostra muito forte e resiliente mesmo diante um cenário econômico que não é fácil por conta da pandemia que afetou diversos setores da nossa economia”, analisa o presidente do Sindicato das Seguradoras Norte e Nordeste (Sindsegnne), Ronaldo Dalcin.
Segundo ele, contudo, embora a pandemia tenha trazido efeitos nocivos para a maioria dos setores econômicos, sendo ela, inclusive, responsável pelo baixo desempenho do setor em 2020, teve o poder de mudar a percepção dos brasileiros sobre a necessidade de proteção. Por isso, o bom desempenho da indústria de seguros este ano está diretamente associado à nova consciência dos brasileiros em relação aos riscos a que estão expostos.
“O sentimento de proteção aflorou com uma força maior na pandemia. Nesse sentido, por questões óbvias, tiveram segmentos que se destacaram, como o seguro de vida e seguro residencial. Em algumas regiões, o segmento de seguro de vida chegou a crescer cerca de 40%, assim como o residencial, porque hoje os escritórios navegam em formato híbridos com as residências, o que potencializa a necessidade de investir na segurança da casa”, explica Dalcin.
O setor olha para o próximo ano com cautela. “O ano de 2022 é um ano que está sendo analisado com calma diante do aumento de juros, de uma possível recessão técnica e por ser um ano eleitoral, o cenário que pode trazer impactos nos negócios. Porém, o ecossistema segurador é pautado no otimismo. Sendo assim, a avaliação é que temos bom espaço para crescer sobre o PIB, cuja arrecadação do setor representa atualmente 6,7%, um percentual que por si só já nos revela uma projeção que ainda temos muito espaço para crescer”, avalia o presidente do Sindsegnne.