Brasil à espera da recessão nos Estados Unidos

Curva de juros invertida nos Estados Unidos, dá sinais de que a economia pode mudar a qualquer momento
Dólar
Foto: Pixabay

O ciclo de expansão dos Estados Unidos se estende há 12 anos. Pelos padrões históricos já deveria ter ocorrido uma desaceleração da economia norte-americana e até mesmo uma recessão. O giro na roda da economia vem sendo aguardado por vários atores do mercado financeiro. Luiz Fernando Araújo, sócio e gestor da Finacap Investimentos, é um deles. Ele lembra que lá nos EUA, quando a curva de juros fica invertida – o juro de curto prazo maior que o de longo prazo – é sinal de que uma retração será sentida em breve.

E essa curva vem invertida desde o período pós-pandemia, quando a economia aqueceu, fazendo a inflação disparar e levando o Federal Reserve (FED), o banco central americano, a elevar os juros no país para 5%. Atualmente, o juro norte-americano de longo prazo está na faixa de 3%. Isso indica que o mercado está prevendo retração, mas há uma demora acima da média para que isso aconteça.

Aqui no Brasil a curva de juros não está invertida. As taxas de curto prazo estão na casa dos 10,5% e as de longo prazo, em 11,56% para 2025. Quando as taxas de juros de curto e longo prazo são muito parecidas ou iguais temos uma curva flat. Ela é um indicador que sinaliza um cenário de incerteza ou instabilidade econômica, pois os investidores não sabem se a economia vai crescer ou entrar em recessão no futuro.

Estados Unidos x Brasil

Se os Estados Unidos entrarem em recessão, será bom para o Brasil, que tende a atrair mais investimentos.  Da última vez que tivemos um declínio na economia norte-americana, no final dos anos 90, com a bolha das empresas “ponto com”, os países integrantes do Brics tiveram uma década de ouro a partir dos anos 2000. Como estamos 16 anos estagnados, sem mudar de patamar, esse giro na “roda da fortuna” é muito aguardado por aqui.

Só para ilustrar vale citar estudo recente da Finacap, que analisou os ciclos históricos do Ibovespa, principal índice de ações brasileiras, desde 1967. A análise mostrou que o Ibovespa vem estagnado desde junho de 2008 (último mês analisado foi abril passado), somando 191 meses sendo negociado no patamar de 23 mil pontos em dólar.

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Banco central dos Estados Unidos
Sede do FED, o Banco central dos Estados Unidos/ Imagem de Deborah Cromwell por Pixabay

Na visão de Luiz Fernando, se o Brasil estivesse investindo em infraestrutura, já estaria atraindo o capital internacional. A índia já se beneficia deste cenário justamente porque vem fazendo investimentos em grandes obras estruturadoras, o que contribuiu para o crescimento do seu Produto Interno Bruto (PIB), além do que é um país barato, geopoliticamente estável com o Ocidente e o Oriente e com potencial de crescimento semelhante ao da China.

Esta semana, o FED se reúne para decidir sobre os juros. Os analistas não esperam mudanças porque a atividade econômica segue aquecida e isso não permite que o FED inicie o corte nos juros. O mercado de trabalho é o que mais preocupa os economistas norte-americanos, pois impõe pressão sobre a inflação americana, ainda longe da meta de 2%.


Microcrédito

Dados de abril do Prospera, o programa de microcrédito do Santander Brasil, revelam que a cidade de Caruaru demandou R$ 11 milhões em microcrédito para o período junino. A maioria dos recursos, 62,2%, foram para as mulheres com atividades na indústria de confecção e no ramo dos cosméticos.

Recuperação de tributos

A Procuradoria do Geral do Município (PGM) do Recife registrou um recorde nos meses de abril e maio deste ano no que se refere à recuperação de tributos da dívida ativa, ultrapassando a marca de R$ 37 milhões. Esse montante representa um acréscimo de 24% nos valores recuperados em relação ao mesmo período em 2023. 

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