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Sergipe avança com inseminação artificial em caprinos e ovinos

Este avanço é uma verdadeira mudança para os pequenos produtores, que antes não tinham acesso a essas tecnologias avançadas devido ao alto custo das inseminações
Caprinos numa fazenda na cidade de Simão Dias, interior de Sergipe Fotos: Erick O’Hara/ASN

No primeiro ano de execução do Programa Mais Genética no Sertão, em Sergipe, foram realizadas 185 inseminações artificiais, com um percentual de 22% de prenhez, refletindo o impacto positivo da iniciativa para os pequenos produtores de caprinos e ovinos no Estado.

Lançado em março de 2024, o programa visa promover o melhoramento genético dos rebanhos no estado, permitindo o acesso de pequenos criadores a sêmen das melhores raças e oferecendo apoio logístico por meio da Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer) e Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri).

Este avanço é uma verdadeira mudança para os pequenos produtores, que antes não tinham acesso a essas tecnologias avançadas devido ao alto custo das inseminações. Além dos números, o programa tem gerado mudanças significativas na vida dos produtores, com relatos de melhoria nas condições de trabalho e nos lucros.

inseminação artificial
Veterinário fazendo inseminação artificial Foto: Erick O’Hara

José Hamilton Araújo, produtor de Simão Dias, com 40 anos de experiência, destacou o impacto positivo que a parceria com a Emdagro (Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe) e a inseminação artificial têm gerado em sua produção. “O apoio da Emdagro foi fundamental para nós. O programa tem melhorado a qualidade e a produtividade do que estamos produzindo, resultando em vendas mais vantajosas. Recentemente, vendi uma criação por um preço muito superior ao anterior”, compartilha José Hamilton, que faz parte de um assentamento com outros quatro produtores e um rebanho total de 80 animais.

O processo de inseminação artificial segue um protocolo rigoroso para garantir o sucesso. Os produtores precisam atender a requisitos específicos, como ter no máximo 50 animais e garantir que o rebanho esteja vacinado contra a clostridiose, doença que pode afetar a saúde dos caprinos e ovinos. Caso o produtor não tenha feito a vacinação, a Emdagro oferece esse serviço. Além disso, o produtor deve apresentar documentos como atestado de vacinação, cadastro na Emdagro, identidade e comprovante de residência para se inscrever no programa.

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A técnica utilizada para a inseminação é a Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF), que acontece em três etapas: diagnóstico para identificar os animais não prenhes, aplicação de hormônios, inseminação e, após 45 a 60 dias, a confirmação da prenhez. Caso algum animal não engravide, ele passa novamente pelo processo. Segundo Maurício Kalil, veterinário da Emdagro, a inseminação em lotes permite uma padronização na produção, facilitando o gerenciamento do rebanho. “Todos os reprodutores são de raça pura, contratados pela Conafer”, explica Kalil.

Método de inseminação

O método de inseminação é realizado com tração cervical, uma técnica que não exige cirurgia, nem anestesia, garantindo o bem-estar dos animais. “Usamos contenção física, o que evita o uso de sedação e, consequentemente, possíveis complicações durante o processo”, detalha Esdras Medeiros, médico veterinário da Conafer.

O custo da inseminação, que pode chegar a R$ 200 por animal, seria uma barreira significativa para os pequenos produtores, que muitas vezes não teriam condições de arcar com esse valor sem o apoio do programa. Maurício Kalil destaca a importância do apoio governamental para viabilizar essa tecnologia. “Sem a ajuda dos convênios da Seagri, não seria possível oferecer esse serviço. O apoio tem sido fundamental para os produtores.”

Além dos benefícios diretos para os produtores, o programa também tem gerado um aprendizado contínuo. “A troca de conhecimento é constante. Ensinamos sobre manejo do rebanho, controle reprodutivo e separação de lotes, mas também aprendemos com as realidades de cada propriedade”, aponta Esdras Medeiros.

O Programa Mais Genética no Sertão não só visa o melhoramento genético do rebanho, mas também promove uma melhoria significativa nas condições de vida e de trabalho dos pequenos produtores. “O programa é um ganho para todos. Ele traz genética de alta qualidade, melhora a heterogeneidade do rebanho e proporciona uma melhoria contínua para os produtores”, conclui Maurício Kalil.

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