
Reunindo líderes, especialistas e empresários do setor sucroalcooleiro, o Congresso Usinas de Alta Performance da Região Nordeste (UAPNE 2025), teve início nesta quarta-feira (26) e segue até esta quinta-feira (27), no Hotel Grand Mercure Boa Viagem, na Zona Sul do Recife.
Realizado pelo ProCana Brasil, o congresso tem como objetivo discutir inovação, eficiência e os desafios do mercado. Com uma extensa programação, os painéis temáticos abordam desde a perspectiva estratégica de líderes do setor até discussões técnicas sobre eficiência industrial e agrícola, gestão de pessoas, impacto socioeconômico das cooperativas e soluções sustentáveis para a cadeia produtiva.
Durante a programação do primeiro dia do evento, onde foram realizado debates sobre o ambiente de construção de estratégias para o futuro do setor bioenergético, Eduardo de Queiroz Monteiro, presidente do Grupo EQM e presidente do Conselho Editorial do Movimento Econômico, destacou em sua palestra as superações das dificuldades logísticas e econômicas enfrentadas pelas principais empresas do setor. “O cooperativismo veio para ficar. Ninguém pode ir contra isso”, afirmou o executivo.

Monteiro ressaltou a necessidade de atualização constante no setor. “O tempo é implacável, e o desafio das empresas é encarar essa realidade. Não podemos mais depender apenas das áreas suaves para plantio; precisamos buscar soluções sustentáveis para mecanização e exportação”, pontuou.
Outro ponto abordado foi a importância do cooperativismo, com destaque para o papel de Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar-PE. “Nossa representatividade empresarial é de altíssimo nível. Contamos com uma liderança forte, como Renato Cunha, que mantém um compromisso constante com o setor, participando de reuniões semanais em Brasília e encontros regulares com o sindicato”, destacou Monteiro.
As declarações foram feitas durante o painel “Meeting – A visão de empresários e executivos do setor”, no qual Monteiro dividiu o palco com Jacyr Costa Filho, presidente do Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp/Cosag e sócio da Agroadvice, que atuou como moderador.
Também participaram Daniela Petribú Oriá, diretora-presidente da Usina Petribu, que destacou as conquistas, desafios da empresa frente as mudanças climáticas e adaptações logísticas do mercado ao longo dos 300 anos de existência da empresa; José Bolivar Melo Neto, diretor do Grupo Japungu, que abordou a produção e impactos do etanol de milho nas usinas do Nordeste; e Mário Luiz Lorencatto, CEO da Usina Coruripe.
EQM projeta a maior sofra do grupo para 2025/2026

Após o discurso, em entrevista para o Movimento Econômico, o presidente do Grupo EQM falou sobre a projeção da safra 2025/2026. Segundo ele, esta será a maior safra da história do conglomerado, com expectativa de recordes na produção de açúcar e etanol.
“Foi um ano mais seco, mas fizemos quase 390 mil toneladas de açúcar e 100 milhões de litros de álcool e nossa expectativa é que, trazendo melhorias, possamos continuar a expandir nossa estrutura de produção”.
Monteiro destacou que os avanços nas usinas do grupo incluem mecanização agrícola. É sempre um investimento de muita expressão, colhedeiras, tratores de apoio, equipamentos para manejo, transbordo, grua. Então nós temos feito sempre uma renovação elevada”, disse o executivo.
O presidente do Grupo EQUM também destacou a adoção de variedades de cana mais produtivas, substituição de insumos químicos por biológicos e projetos de inovação, com a produção de biometano a partir da vinhaça e a captura de CO2 para fabricação de e-metanol.
“Esperamos colher a maior safra da história do Grupo, impulsionados pelos investimentos estratégicos realizados na área agrícola”, complementa Monteiro.
UAPNE25

O CEO do ProCana Brasil e organizador do evento, Josias Messias, reforçou que o congresso é a chance de dar visibilidade para as usinas que estão transformando esses desafios em oportunidades.
“Estamos começando hoje o UAPNE 2025 – Usinas de Alta Performance da região Nordeste. E por que nós estamos realizando esse evento? Porque o mundo passa por uma profunda transformação e o Nordeste não é diferente. Aqui talvez mais porque os desafios são maiores. E nesse sentido, nós criamos um palco para apresentar as usinas que estão transformando esses desafios em inovação e oportunidade”, reforçou.
Programação do segundo dia
O segundo dia do evento contará com seis painéis a partir das 8h, reunindo especialistas e empresas para discutir inovação e eficiência no setor sucroenergético.
08h00 – Gestão de Ativos & Manutenção Industrial: Participação da Tebe Sensores, Usina Caeté e Mônoda Consulting.
09h05 – Otimização da Cogeração e do Balanço Térmico: Com presença da Soteica do Brasil, Usina São José Agroindustrial, Veolia e Usina Caeté – Matriz.
11h10 – Alta Performance na Produção e Qualidade do Açúcar: Reúne Usina Caeté, ABTech Procesos Azucar, Soteica do Brasil, Usina Trapiche, Sugar & Azucar Engenharia e Alpina Orion.
No período da tarde:
13h50 – Inovações Agrícolas & Irrigação: Com Grupo EQM, Sumitomo Chemical, Cia Usina São João – PB e Proojet Agro.
15h10 – Otimização da Logística e das Operações Agrícolas: Contará com Cia Alcoolquímica Nacional, Usina São Domingos e Central Açucareira Santo Antônio.
17h00 – Excelência Agroindustrial: Participação da Buchi e São José Agroindustrial.
O evento segue como um espaço essencial para o debate e a construção de soluções inovadoras para o setor sucroalcooleiro, reforçando a importância da modernização e da cooperação entre os agentes do mercado.
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