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Exportação de uvas pernambucanas ganha impulso com mercado asiático

Após 14 anos, produtores de uvas voltam a exportar pelo Porto de Suape
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Foto: Embrapa/Divulgação

A abertura da nova rota marítima entre o Porto de Suape e Singapura marca uma nova era para as exportações de Pernambuco. Inaugurada no dia 6 de novembro com a chegada do navio porta-contêineres Juliette, a linha batizada de serviço Santana permitirá que produtos do estado, como as uvas do Vale do São Francisco, cheguem ao mercado asiático em apenas 23 dias. Essa conexão estratégica abre uma oportunidade inédita para os produtores locais acessarem um dos maiores mercados consumidores de frutas do mundo.

O Juliette, com 366 metros de comprimento e capacidade para 15 mil TEUs, representa o retorno do Vale do São Francisco às exportações pelo Porto de Suape após 14 anos. Para Maurício Laranjeira, secretário executivo de Atração de Investimentos da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, a rota é um divisor de águas. “Agora é uma realidade. Estamos muito animados com essa nova rota porque isso, com certeza, vai trazer mais desenvolvimento econômico para o Estado. Pernambuco, como o maior produtor de uvas do Brasil, vai poder negociar com os chineses. As portas estão abertas”, destacou.

A nova conexão marítima se soma a um anúncio histórico feito pelo presidente chinês, Xi Jinping, durante sua visita ao Brasil no último dia 21: a abertura oficial do mercado chinês para a importação de uvas frescas brasileiras.

Em 2023, o Brasil, segundo dados da Abrafrutas, produziu mais de 1,7 milhão de toneladas de uva e exportou mais de 73 mil toneladas. A China, no mesmo ano, importou cerca de US$ 600 milhões, o que torna o mercado altamente promissor para os exportadores brasileiros. Atualmente, a cada 100 contêineres de uva que são exportados no Brasil, 95% saem do Vale do São Francisco, sendo 70% de Pernambuco. O setor fruticultor pernambucano vê na parceria um marco estratégico após anos de negociações entre os governos brasileiro e chinês.

Suape
Porto de Suape volta a exportar frutas/Foto: divulgação Suape

“O Vale do São Francisco exportou muito via Suape no passado. Mas tem 14 anos que não exportava nenhum contêiner de frutas. Agora, com a nova rota e a abertura do mercado, poderemos enviar uvas com um transit time competitivo”, ressaltou Guilherme Coelho, presidente da Abrafrutas.

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Impacto para o setor fruticultor

Além de movimentar a economia estadual, a nova rota marítima também promete gerar mais empregos e renda na região. A produção e exportação de uvas já são pilares econômicos de Petrolina, e a nova conexão com o mercado asiático deve fortalecer ainda mais o papel estratégico do estado no agronegócio brasileiro.

Com a rota para Singapura e o mercado chinês oficialmente aberto, Pernambuco reafirma sua posição de destaque na fruticultura e no comércio exterior, consolidando o Vale do São Francisco como um dos principais polos exportadores do Brasil.

No setor fruticultor do estado, a decisão e a nova rota marítima representam uma conquista estratégica após anos de negociações e conjuntos de esforços entre autoridades brasileiras e chinesas. A China e Singapura pertencem aos chamados tigres asiáticos, conjunto de quatro territórios altamente populosos no continente e ávidos por consumo. Só na China, são mais de 1,4 bilhão de pessoas e uma demanda crescente por alimentos de alta qualidade.

uvas
Uvas produzidas em Petrolina Foto: Tony Oliveira

O Vale do São Francisco

O Vale do São Francisco é uma área fértil, com clima semiárido e grande dependência de irrigação para a agricultura. É um importante produtor de frutas e hortaliças, como uvas, manga e banana. A vitivinicultura é uma das principais atividades econômicas da região, que possui a primeira Indicação Geográfica de Vinhos Tropicais do mundo. 

A subregião mais desenvolvida do Vale do São Francisco é a que compreende as cidades de Juazeiro (Bahia) e Petrolina (Pernambuco), que se tornou o maior conglomerado urbano do Semiárido. A produção do Vale é quase completamente exportada. 

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