Entre as metas para a descarbonização da economia brasileira, o programa Combustível do Futuro estabelece que os produtores de gás natural terão que comprar 1% de biometano em 2026. “É um mercado ascendente”, afirma o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco, Sindaçúcar-PE, Renato Cunha. Ele também é presidente da Assoociação de Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (NovaBio).
O projeto de Lei do Combustível do Futuro é considerado o marco regulatório dos biocombustíveis. Ele estabelece que o biometano pode chegar, gradativamente, até 10% de todo o gás natural que se consome no País até 2034. Para isso, os aumentos de participações anuais serão estabelecidos pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
“A produção de biometano será descentralizada”, comenta Renato. O biometano é feito a partir do biogás depois deste último passar por um processo de purificação. A matéria-prima do biogás é biomassa, como por exemplo a cana-de-açúcar, ou resíduos como os orgânicos que são armazenados em aterros sanitários. Ou seja, o biometano poderá ser produzido por usinas e aterros sanitários, entre outros.
Outro grande mercado para o biometano é o consumo pelas máquinas agrícolas usadas pelas empresas do setor sucroenergético, que também vão estar descarbonizando ao usar o biometano. “O setor consome de 3,0 a 3,5 litros de diesel por tonelada de cana esmagada. É uma quantidade substancial de diesel que pode ser substituída por biometano “, argumenta Renato. Isso pode significar 2,2 bilhões de litros. Para isso, estes equipamentos deverão ter motores adaptados ao biometano. Já existe um trator a ser lançado no Brasil que vai usar o biometano.
Combustível do Futuro
O governo federal está articulando um grande evento em Brasília em outubro com a presença do presidente da República, Lula da Silva (PT), do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e outra autoridades para marcar o lançamento do programa Combustível do Futuro, que traça metas de consumo para os biocombustíveis como forma de contribuir para a descarbonização da economia do País.
Lá, será apresentado o primeiro trator a biometano do País, dois aviões de companhias aéreas interessadas em testar o SAF, o querosene de aviação sustentável; e veículos elétricos de pelo menos duas montadoras instaladas no País.
O programa do Combustível do Futuro foi aprovado pela Câmara dos Deputados este mês e a expectativa é que seja sancionado pela presidente da República. O projeto é de autoria do Ministério de Minas e Energia e contou com uma particpação dos players do setor sucroenergético.
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