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Com 2 projetos de usinas, Piauí quer liderar produção de etanol de milho no NE

Dois empreendimentos no sul do estado, na área de cerrado, pretendem produzir este biocombustível. No Nordeste, o etanol de milho só é feito pela Usina Pindorama, em Alagoas
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Milho se tornou opção rentável para as usinas, especialmente por ser uma matéria-prima que pode ser utilizada o ano todo para produção de etanol. Foto: Embrapa/Divulgação

A cidade de Baixa Grande do Ribeiro vai abrigar mais uma planta industrial de produção de etanol de milho do Piauí, a segunda do estado em fase de projeto e a terceira que deverá entrar em operação no Nordeste. O Projeto Nordeste Bioenergia, empreendimento da Cajupi Administração e Participações, quer repetir o sucesso da Cooperativa Pindorama, em Coruripe, no Litoral Sul de Alagoas, que finalizou em junho deste ano a sua primeira moagem de 13 mil toneladas de milho e 25 mil toneladas de sorgo, produzindo 15 milhões de litros de etanol em plena entressafra da cana.

O Projeto Nordeste Bioenergia recebeu, na semana passada, a Licença Prévia de funcionamento da secretaria estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh). A usina terá capacidade estimada de produção será de 222,3 milhões de litros de etanol por ano, com geração de 900 empregos no total, sendo 750 temporários durante a construção e 150 permanentes na fase de operação.

O diretor de licenciamento ambiental da Semarh, Daniel Guimarães, destacou a atenção da secretaria em implementar projetos que tenham equilíbrio entre inovação e responsabilidade ambiental. “Temos atuado com afinco para contribuir com o fortalecimento do desenvolvimento sustentável do Piauí aliado à preservação do meio ambiente”, afirma. O etanol de milho é um biocombustível, uma fonte de energia renovável e que pode ajudar a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em comparação com combustíveis fósseis

Essa será a segunda usina localizada no Piauí com a capacidade de produzir futuramente o etanol de milho. Em fase mais avançada de projeto está a unidade industrial da empresa Brasil Energia (Brasbio), em Uruçuí. Com previsão para iniciar suas operações no primeiro semestre de 2026, esta planta de última geração será capaz de processar 1.500 toneladas de milho por dia em sua fase inicial. O investimento estimado é de R$ 700 milhões, com geração e dois mil empregos diretos.

Além de produzir etanol anidro e hidratado, a unidade também terá capacidade para fabricar DDGS (Distillers Dried Grains with Solubles) e WDG (Wet Distillers Grains), subprodutos que podem ser utilizados de forma estratégica para atender exigências nutricionais de bovinos e de outros animais durante as fases de crescimento e produção geral. A Aplus Engenharia é a empresa responsável pelo projeto da nova usina de etanol de milho da Brasbio.

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Ao contrário da usina gerida pela Cooperativa Pindorama em Alagoas, que começou a adequar, em 2023, os seus equipamentos para se tornar a primeira unidade flex do Norte-Nordeste na produção de etanol de cana e também de milho, os empreendimentos piauienses já são projetados para operar com o cereal e também com sorgo.

Crescimento do etanol de milho

O etanol de milho no Brasil começou a ser produzido há sete anos, e vem crescendo significativamente, com usinas instaladas principalmente em estados do Centro-Oeste e do Sudeste.

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o biocombustível de milho foi responsável por 16,6% do etanol produzido e alcançou a marca de 5,92 bilhões de litros produzidos na safra 2023/2024, um aumento de 33,1% em relação ao número da safra anterior e quase 800% se compararmos com 5 anos atrás.

A produção do etanol de milho também se mostra vantajosa em relação a produção do etanol da cana. Segundo pesquisa da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Única), uma tonelada de milho consegue gerar 429 litros de etanol, enquanto uma tonelada de cana-de-açúcar produz 90 litros.

Outra vantagem do milho sobre a cana é a capacidade do cereal ser armazenado e não ser tão afetado pela mudança de estações, diferentemente da cana, que perde a qualidade e produtividade a partir de 24 horas após a colheita.

Leia mais: Pindorama e ZEG Biogás iniciam usina de biocombustível em outubro

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