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“Mais importante do que vender para China é não vender só para China”, diz líder da ACNN

Por Juliana Albuquerque A liberação da entrada da carne bovina brasileira que tenha recebido o aval sanitário chinês antes de 4 de setembro, conforme anúncio das autoridades alfandegárias daquele país, foi recebida por pecuaristas do Nordeste com alívio e como uma sinalização da retomada das exportações para os chinesas, responsáveis por 40% do consumo da […]

Por Juliana Albuquerque

A liberação da entrada da carne bovina brasileira que tenha recebido o aval sanitário chinês antes de 4 de setembro, conforme anúncio das autoridades alfandegárias daquele país, foi recebida por pecuaristas do Nordeste com alívio e como uma sinalização da retomada das exportações para os chinesas, responsáveis por 40% do consumo da carne vendida pelo Brasil no exterior. Mas, para alguns, esse episódio deixa lições importantes sobre o comercio mundial.

Presidente da Associação dos Criadores de Nelore do Nordeste (ACNN), Ricardo Kühni

“O que aconteceu foi ação preventiva, através de um resultado que não se comprovou. Porém, mais importante do que vender para China é não vender só para China. Agora estamos abrindo mercado para a Rússia. É importante que o Brasil participe cada vez mais e de forma pulverizada do mercado global, atendendo todas as nações que desejarem, não apenas blocos”, avalia o presidente da Associação dos Criadores de Nelore do Nordeste (ACNN), Ricardo Kühni.

Ele observa o movimento chinês não apenas como uma clara demonstração de retomada das importações, mas como um reconhecimento da importância da qualidade e cuidados do produto brasileiro.

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Álvaro Borba, pecuarista da Paraíba. Foto: Arquivo pessoal

“Temos qualidade para vender carne para o mundo todo. Produzimos com consciência ambiental. Produzimos com respeito o boi verde, a carne mais saudável que tem, o boi à base de pasto e sais minerais. E nisso o nelore é imbatível. E é fantástico que essa qualidade de boi verde seja reconhecida e aproveitada no mundo todo. O Brasil tem muito mais degraus a galgar sobre as exportação de carnes por toda a nossa condição ambiental e consciência dos produtores”, argumenta.

O pecuarista da Paraíba, Álvaro Borba, tem opinião semelhante. Sua leitura é que a retomada anunciada nesta terça-feira (23), até agora restrita aos produtos que tinham recebido certificado sanitário antes de 4 de setembro, reflete a necessidade da China frente aos produtos brasileiros. “Sem dúvida, é uma sinalização da necessidade deles (os chineses) de comprarem não só a nossa carne, bem como vários de nossos produtos agrícolas. Porém, eles usam de subterfúgios comerciais para desmantelar o mercado e abaixar os preços de nossos produtos”, analisa Borba.

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