Por Juliana Albuquerque
A cidade de Petrolina, em Pernambuco, foi reconhecida como a “Melhor Cidade para Fazer Negócios do Brasil no Agronegócio” e um dos principais motivos vem da fruticultura irrigada do Sertão do São Francisco. O levantamento é da consultoria Urban Systems, feito com exclusividade para a revista Exame.
Graças ao investimento em tecnologia de irrigação, a região exporta, por ano, cerca de 170 mil toneladas de manga e 49 mil toneladas de uva para países como Canadá, Holanda e Estados Unidos, entre outros. As exportações movimentam quase R$300 milhões anualmente e geram milhares de empregos formais para os agricultores do Vale e seu entorno.
“Petrolina tem vivido um momento muito especial com grandes investimentos públicos que têm possibilitado melhoria na logística, na atração de novos empreendimentos e na mobilidade. Isso influencia diretamente os negócios, mas esse resultado é uma conquista principalmente da população e dos empreendedores que acreditam em nossa cidade”, afirma o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho.
Segundo ele, a tendência é que dentro de muito em breve a cidade ganhe ainda mais destaque, quando todo o projeto de irrigação Pontal Petrolina, desenvolvido com aporte de R$660 milhões do governo Federal, estiver concluído. “Quando o novo projeto de irrigação do Pontal estiver produzindo, vai gerar mais de 20 mil empregos e ampliar as exportações. Temos, então, uma perspectiva de mais desenvolvimento e possibilidades de negócios no futuro”, garante Coelho.
Em outubro passado, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, entregou a etapa Sul, a primeira do projeto Pontal, que compreende áreas de produção irrigada geridas pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). O ato marcou o início das obras do eixo norte, segunda fase do empreendimento, que deve ser concluída até 2023.
De acordo com o presidente da Associação dos Produtores e Exportadores de Hortigranjeiros e Derivados do Vale do São Francisco (Valexport), José Gualberto, embora os bons ventos continuem soprando a favor do mercado da fruticultura, com aumento nas exportações e no valor recebido pela alta do dólar, a região não vive só de exportações. “Ao contrário do que se propaga, menos de 20% do que e produzido no Vale do São Francisco é destinado às exportações. A maioria da nossa produção abastece o mercado interno”, destaca o presidente da Valexport.
Para que a fruticultura local ganhe ainda mais relevância no mercado nacional e internacional, segundo ele, é necessário mais investimento do poder público para a região como um todo. “O nosso avanço se deve a uma irrigação cada vez mais eficiente, mas precisamos aumentar os nossos recursos para pesquisa massiva a fim de gerar um conhecimento mais profundo. Assim como de recursos para investimentos de longo prazo na infraestrutura de estradas, telecomunicações e segurança para que possamos atingir novos mercados”, completa.