Multinacional americana implanta sistemas de grandes metrópoles mundiais nos Samu’s, nas polícias e na mobilidade de 16 cidades brasileiras
Etiene Ramos
Alguns municípios brasileiros já estão adotando os mesmos sistemas para atendimento de emergências em segurança com Inteligência Artificial (IA) usados pelas polícias de Nova Iorque e de Washington, nos Estados Unidos; e de Meca, na Arábia Saudita. Uma delas é o Recife que, como estas grandes cidades, é cliente da sueca Hexagon – player mundial em sensores, softwares e soluções autônomas para diversas áreas, inclusive governos.
No ano passado, a Prefeitura do Recife investiu mais de R$3 milhões na modernização dos sistemas para o Samu Recife, que recebeu novos aparelhos, equipamentos e unidades móveis com tecnologia de ponta. O órgão recebe cerca de 61 mil chamadas por mês, a maior parte, 87% (53 mil), demanda o despacho efetivo de ambulâncias.
No Brasil há 20 anos, a Hexagon fornece sistemas para centrais de emergências de Samu’s e de segurança a 16 cidades, distribuídas no Rio de Janeiro, Ceará, Rio Grande do Norte, São Paulo e Rio Grande do Sul e Pernambuco, onde a empresa atua desde 2003. Inicialmente com a segurança pública, implantando o sistema de atendimento pelo número 190 das polícias militar e civil, do corpo de bombeiros, do Samu Recife e da Região Metropolitana do Recife.
Mas a partir de 2015, o Samu Recife adotou seu próprio sistema da Hexagon, a fim de ganhar mais agilidade nos atendimentos e na tomada de decisões com melhor gerenciamento de informações em tempo real. “Com as informações coletadas no sistema tomamos decisões estratégicas, como a de ampliar ou trocar uma base descentralizada para um local que facilite o acesso das equipes aos locais onde há aumento constante de solicitações”, explica o médico Leonardo Gomes, coordenador geral do Samu Recife.
No dia a dia, o sistema atua desde a recepção da chamada, quando o usuário liga para o 192, até o final do atendimento, com automatização dos dados. ”Os Samu’s recebem informações rápidas com tecnologias que permitem visualizar dados, fazer análises e agir com velocidade. Os softwares interagem com os operadores para permitir ações de campo, sejam com paramédicos, com a polícia ou a companhia de trânsito (CTTU), em tempo real, para chegar mais rápido ao local”, explica o vice-presidente sênior da divisão de Segurança, Infraestrutura e Tecnologias Geoespaciais da Hexagon para a América Latina, Sergio Nunes.
Nesta divisão da Hexagon Brasil, 60% dos clientes são da área pública que, segundo ele, estão demandando novas tecnologias para otimizar o funcionamento dos serviços públicos. “Estamos conseguindo garantir que as cidades sejam mais inteligentes. Há dois anos, quando a iluminação pública passou a ser responsabilidade dos municípios, e não mais de empresas de operação de energia elétrica, fornecemos softwares, integrados com semáforos, que monitoram a iluminação para que acendam ou reduzam as luzes em função do fluxo de veículos. Com mais luz, teremos cidades mais seguras”, declara Nunes.
LGPD e Porto Digital
Para atender às normas da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), a Hexagon, segundo Sérgio Nunes, capacitou seus funcionários para ter mais segurança sobre as novas práticas no atendimento das centrais de operação. “Temos cuidado para que não haja nenhum tempo de interação indevida e implantamos parâmetros online mais seguros, mas nossos clientes é que armazenam os dados”, explica.
A multinacional, presente em 70 países, prepara-se para expandir sua atuação na América Latina, e desde sua chegada ao Recife, conta com o apoio do Porto Digital, o polo de tecnologia da capital pernambucana. De lá saíram três profissionais que atendem aos contratos com a secretaria estadual de segurança pública e com o Samu. “Eles receberam treinamento para os sistemas da Hexagon e já temos um que está conosco há 15 anos”, lembra Sérgio Nunes.