
A produção industrial se comportou de maneira diferente nos Estados do Nordeste em janeiro último, comparando com dezembro de 2024. Nesta comparação, Pernambuco registrou uma queda de 22,3%, enquanto registraram performance positiva o Ceará (7,9%) e a Bahia (2%). O Nordeste também decresceu em 4,0%, de acordo com os números divulgados pelo IBGE. Dos 15 locais pesquisados, somente oito registraram variação positiva.
O crescimento da produção industrial foi nula (0,0%) no País em janeiro último contra dezembro de 2024. O maior crescimento foi o registrado pelo Ceará seguido por São Paulo com um acréscimo de 2,4%.
“Historicamente, janeiro apresenta um recuo na produção industrial, por vários motivos, incluindo as grandes indústrias que dão férias coletivas aos funcionários, o consumo que retrai um pouco depois das festas de fim ano, entre outros”, explica o economista da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Cezar Andrade.
A queda de 22,3% da produção industrial pernambucana foi puxada por dois setores. O de fabricação de coque de petróleo, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis com uma retração de 86% e uma diminuição de 63% na fabricação de outros equipamentos de transporte exceto veículos.
Somente uma empresa produz coque de petróleo em Pernambuco e esta queda na produção de pode ter sido uma parada pontual para a manutenção do setor fabril da empresa. Já a queda na fabricação de equipamentos de transporte deve estar relacionada a diminuição de reparos de navios feitos por este setor, segundo Cezar Andrade.
Ainda em Pernambuco, houve uma queda de 12,8% na produção de minerais não metálicos, como gesso, cerâmica. “Isso mostra uma desaceleração da construção civil no período”, comenta Cezar, acrescentando que em muitos setores as empresas podem estar com o estoque alto e aí diminuem os pedidos feitos à indústria.
A produção industrial positiva da Bahia foi puxada pela performance de fabricação de materiais elétricos (30,2%), fabricação de minerais não metálicos (12,8%) e pela preparação de couro e fabricação de artefatos com este material que registrou uma alta de 8,7%.
A performance da indústria do Ceará apresentou pelo menos três setores com altas expressivas: fabricação de alimentos (19%), produtos têxteis (32,2%), produtos químicos (20,6%). Uma das atividades que impactou negativamente no Ceará foi a produção de máquinas, aparelhos e materiais elétricos que registrou uma queda de 22,1%.

Desafios estruturais da indústria
O economista também citou que a indústria tem “desafios estruturais”, como a alta da inflação que está sendo combatida pelo Banco Central com o aumento da taxa de juros. “A inflação elevada já influencia no consumo, diminuindo as encomendas do comércio”, diz Cezar.
O outro desafio é formado pelas altas taxas de juros. “O aumento da taxa de juros é um remédio amargo, porque o preço do crédito fica mais caro. E a indústria precisa de crédito para continuar produzindo”, comenta Cezar.
Leia também
Preço da energia sobe no mercado de curto prazo
JetSMART chega ao Recife com voos diretos para Buenos Aires por R$ 800