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Reforma tributária: a conta da transição fiscal

Com a reforma tributária, a maioria dos setores sentirá algum nível de alta de custos, especialmente em serviços e comércio
Financiamento
A reforma tributária vai exigir que em 2025 e 2026 as empresas de adaptem às novas normas/Foto: ABR

O Brasil está prestes a atravessar uma das mais complexas mudanças em seu sistema tributário com a reforma tributária. Além da adequação contábil, estudos indicam que a nova tributação afetará a formação de preços e a relação entre fornecedores e clientes. Empresas que hoje absorvem parte da carga tributária terão de renegociar contratos e repassar aumentos, o que pode pressionar preços ao consumidor final. A maioria dos setores sentirá algum nível de alta de custos, especialmente em serviços e comércio, onde a margem de crédito tributário tende a ser menor.

Com a reforma tributária, a partir de 2027, a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) substituirá o PIS e a Cofins, unificando tributos federais e adotando o regime de não cumulatividade, no qual empresas só pagarão impostos sobre o valor efetivamente agregado em cada etapa da cadeia produtiva.

Essa mudança é positiva para indústrias e setores mais estruturados, mas pode representar um desafio significativo para micro e pequenas empresas, especialmente aquelas enquadradas no Simples Nacional ou no Lucro Presumido. Muitos negócios que hoje não operam com controle rígido de créditos tributários precisarão adotar práticas mais sofisticadas de controle fiscal, conforme relata Lucas Ribeiro, CEO da ROIT.

Transição para reforma tributária

Ribeiro diz que, para minimizar riscos, o período de transição — de 2025 a 2026 — será estratégico. Com a reforma tributária, as empresas precisarão mapear seus processos internos, revisar todos os seus contratos, ajustar preços e investir em tecnologia para garantir conformidade tributária em tempo real. Ferramentas de gestão fiscal integradas aos sistemas financeiros serão essenciais para automatizar cálculos e reduzir erros.

A transição fiscal brasileira para a reforma tributária não é apenas uma questão burocrática. Trata-se de uma reestruturação profunda da forma como o país tributa o consumo. “As empresas que se anteciparem, ajustando processos e se adaptando à nova lógica, poderão transformar essa mudança em vantagem competitiva. Já aquelas que deixarem a preparação para a última hora correm o risco de enfrentar perda de mercado, autuações e uma elevação abrupta de custos”, diz.

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Fim do PIS/Cofins
Com a criação da CBS, o sistema tributário federal sobre o consumo será unificado. A promessa é de simplificação, mas a adaptação exigirá investimento em tecnologia e novos controles internos para garantir o correto aproveitamento de créditos e o cumprimento das obrigações acessórias.

Custo em alta
A nova regra de não cumulatividade tende a elevar os custos em cadeias produtivas com menos acúmulo de créditos tributários, como setores de serviços. Para minimizar impactos, empresas precisarão reavaliar fornecedores e ajustar contratos de longo prazo.

Tecnologia fiscal
Soluções digitais de gestão tributária ganham protagonismo diante da reforma tributária. Plataformas capazes de processar créditos e débitos automaticamente, integradas a sistemas contábeis, serão essenciais para garantir compliance e evitar autuações no novo ambiente fiscal.

Efeito cascata
Empresas que não se prepararem correm o risco de enfrentar impactos em cascata, desde fornecedores que elevam preços até clientes que exigem renegociação. A gestão proativa da transição será fator-chave para preservar margens e competitividade no mercado após a implementação da reforma tributária.

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