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Na Alepe, Álvaro Porto faz duro discurso condenando interferência no Legislativo

Ao retornar de licença, presidente da Alepe, Álvaro Porto, acusa tentativa de intromissão do Executivo nas eleições para as comissões
Presidente da Alepe, Álvaro Porto afirma que movimentação do Governo foi truculenta, inapropriada e ofensiva Foto: Roberto Soares/Alepe
Presidente da Alepe, Álvaro Porto afirma que movimentação do Governo foi truculenta, inapropriada e ofensiva Foto: Roberto Soares/Alepe

As manobras para conquistar maioria nas comissões da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) ainda está rendendo. Nesta segunda-feira (24), o presidente da Casa, Álvaro Porto, fez um forte discurso com críticas à intromissão do Governo nos assuntos internos do Legislativo. As mudanças ocorreram durante reuniões convocadas pelo vice-presidente da Casa, Rodrigo Farias (PSB), no período de afastamento do presidente, em fevereiro. A bancada governista contestou o processo, alegando ação à margem do Regimento Interno da Alepe.

No retorno à presidência, Álvaro Porto defendeu a autonomia da Alepe e criticou o que considerou tentativa de interferência do Governo do Estado. Segundo Porto, a vice-governadoria e a Secretaria da Casa Civil articularam ações para influenciar a formação das comissões, além de enviarem assessores para acompanhar as reuniões. Para ele, essa presença foi “truculenta, inapropriada e ofensiva” ao Legislativo.

“Tais articulações foram feitas com aval e participação da vice-governadora e de um dos seus assessores. Tudo inacreditavelmente tramado dentro da Casa Civil. Inclusive, é importante frisar, que assessores do Palácio vieram aqui na Assembleia até mesmo para protocolar mudanças em bloco partidário. Quer dizer, o Executivo quer assumir o papel dos deputados e das lideranças. Mas esta casa, caros colegas, não aceita e não aceitará este tipo de intromissão”, diaparou Álvaro Porto.

O presidente da Alepe também criticou a carta de repúdio assinada por parlamentares contra Rodrigo Farias. Para Porto, o documento teve como objetivo cercear a atuação dos deputados e interferir no funcionamento da Casa.

“Esta carta, prezado deputado Rodrigo, foi encaminhada a Vossa Excelência, mas teve o intuito de atingir a mim e a Assembleia. Todavia, como todos puderam acompanhar, o deputado Rodrigo Farias se manteve firme e soube conduzir o processo com serenidade e sabedoria, salvaguardando a autonomia da Casa. Lamentavelmente, volto a repetir, o comportamento adotado pelo governo escancarou a desconfiança e o desrespeito do Executivo pelo Legislativo”, colocou Álvaro Porto.

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Alepe repercute a fala de Porto

Após o discurso do presidente, os deputados de oposição e governistas se revezaram em discursos apoiando e criticando a fala de Porto. O deputado Sileno Guedes (PSB), presidente estadual do partido, reforçou a independência da Alepe e elogiou a condução de Rodrigo Farias. Ele recebeu apoio de correligionários como Waldemar Borges, Cayo Albino, Junior Matuto e Diogo Moraes, além de Mário Ricardo (Republicanos). O próprio Rodrigo Farias afirmou que seguirá respeitando o regimento e trabalhando pelo fortalecimento dos mandatos parlamentares.

Sileno Guedes reforçou a independência da Alepe e elogiou a condução de Rodrigo Farias na presidência Foto: Roberto Soares/Alepe

Críticas dos governistas

No campo governista, o deputado Antônio Moraes (PSDB) afirmou que houve “atropelamento” do Regimento Interno na eleição das comissões, com mudanças em coligações já formalizadas. Para ele, interferências externas fazem parte do processo político e não são exclusividade do Executivo estadual.

Líder do Governo na Casa, a deputada Socorro Pimentel (União) negou interferência do governo na Alepe e destacou que Porto foi eleito presidente com amplo apoio, tanto no primeiro quanto no segundo mandato. Pimentel defendeu harmonia entre os poderes e igualdade de tratamento entre os deputados.

O deputado João Paulo (PT), por sua vez, também criticou o processo eleitoral das comissões, apontando falta de negociação. Ele ressaltou que a independência da Alepe deve ser preservada, mas que o diálogo com o Executivo é essencial.

Deputado João Paulo criticou o processo eleitoral das comissões na Alepe, apontando falta de negociação Foto: Roberto Soares Alepe

Além da disputa sobre as comissões, os parlamentares compararam a gestão da governadora Raquel Lyra (PSDB) com administrações anteriores. Sileno Guedes criticou a alta carga tributária estadual e o baixo crescimento econômico de Pernambuco. Em contrapartida, Socorro Pimentel acusou a oposição de antecipar o debate eleitoral.

O deputado Wanderson Florêncio (Solidariedade) elogiou a atual gestão, destacando a execução de obras estruturais. Segundo ele, diferentemente da administração anterior, que apenas autorizava serviços, o governo Raquel Lyra está entregando projetos concretos para o desenvolvimento do Estado.

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