Com o investimento na conclusão do segundo trem da Refinaria Abreu e Lima, estatal espera valorizar o ativo e tornar sua venda viável
Por Juliana Albuquerque
Mesmo após a Refinaria Abreu e Lima (Rnest), localizada no Porto de Suape, em Pernambuco, ter sido incluída no plano de investimento da Petrobras pelos próximos cinco anos, a estatal afirma que não desistiu do processo de vender os ativos.
Em entrevista ao Movimento Econômico, Rodrigo Araújo, diretor financeiro e de relacionamento com Investidores da estatal, diz que o investimento de cerca de R$5 bilhões na conclusão do segundo trem de refino não deve tirar a Rnest do plano de desinvestimento da companhia, desenhado em 2019.
No entendimento da estatal, sem essa etapa concluída, o ativo torna-se pouco atrativo. “Esse é um investimento que tem retorno, tem indicadores adequados e será incorporado ao plano de venda. Ele ainda vai passar por todo processo de governança, de modelagem de projeto e por uma série de análise para poder acontecer”, revela Araújo, ao complementar que a Petrobras continua engajada em cumprir o compromisso com o CADE em fazer o desinvestimento da RNEST.
“É uma obra em andamento e a Petrobras tem mais conhecimento para avançar na conclusão. Então, a ideia é retomar o processo de construção e em paralelo a gente vai discutir junto com o CADE relançar o processo”, explica Araújo.
Na verdade, estando inconclusa, a refinaria não obteve ofertas na fase vinculante e um dos principais pontos que apareceu na discussão do processo foi o risco de completar a obra. “Entendemos que, avançando nesse processo, podemos aumentar não só o valor do ativo como as perspectivas de fazer uma venda bem-sucedida, diz Araújo, que não prevê prazos para a venda.
Obras
Com relação a construção do segundo trem, a Petrobras informa que ainda tem um remanescente de conclusão da parte de destilação atmosférica do sistema de Coqueamento Retardado, o HDT de Diesel, o HDT de nafta e a geração de hidrogênio e demais sistemas de tratamento.
Com relação à conclusão da SNOX, que é a Unidade de Abatimento de Emissões, a estatal diz que está no processo final de licitação. “Em breve, teremos a empresa contratada”, revela Rodrigo Costa, Diretor de Refino e Gás Natural da companhia.
Segundo ele, com relação a estimativa de empregos, para o potencial de investimentos associado a conclusão desses sistemas, seja da SNOX, seja na modernização do trem 1 (Revamp) e do remanescente do trem 2, há estimativa de geração de 10 mil empregos.