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O diretor-presidente da Transnordestina Logística, Tufi Daher, anunciou que a empresa já está negociando com o Grupo Dislub Equador futuros contratos de transporte ferroviário. A declaração foi feita nesta quarta-feira (19), durante a cerimônia de lançamento da pedra fundamental do Parque de Tancagem no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP).
O novo terminal de tancagem da Dislub no Porto de Pecém terá uma capacidade inicial de armazenamento de 130 mil metros cúbicos, com possibilidade de expansão para até 220 mil metros cúbicos nos próximos anos. A infraestrutura permitirá a movimentação de gasolina, diesel, etanol, biocombustíveis, querosene de aviação e petróleo bruto, de acordo com a demanda do mercado.
A Dislub Equador pretende utilizar a ferrovia para o transporte de combustíveis e derivados de petróleo, facilitando a distribuição desses produtos para diferentes estados do Nordeste. O projeto prevê um investimento de R$ 430 milhões, com 80% financiados pelo Banco do Nordeste. De acordo com o CEO do Grupo Dislub, Sérgio Lins, o parque deve gerar 500 empregos diretos durante as obras e mais 100 empregos fixos quando estiver em operação.
O presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara, destacou a importância do investimento, que deve gerar 500 empregos diretos durante as obras e mais 100 empregos fixos quando estiver em operação. “Trata-se de uma obra estruturadora que ficará marcada pela sua importância não só na geração de emprego e renda, mas principalmente pelo legado na melhoria da logística de distribuição de combustíveis no Ceará e na região Nordeste”, afirmou.
O governador do Ceará, Elmano de Freitas, pontuou que a iniciativa faz parte de um plano estratégico de expansão da infraestrutura portuária do estado e está alinhada à legislação estadual que prevê a transferência das operações do Porto do Mucuripe para o Porto do Pecém até 2027 por questões de segurança e de melhoria logística. Ele elogiou a atual gestão do Banco do Nordeste por viabilizar projetos que contribuem de forma efetiva para o desenvolvimento dos estados da área de abrangência do banco.
Parceria estratégica para o escoamento de combustíveis
O CEO da Transnordestina explicou que a conclusão das obras da Dislub no Porto de Pecém está prevista para ocorrer simultaneamente à finalização da ferrovia, em 2027. Com isso, será possível formalizar um protocolo de intenções inicial, seguido de um contrato definitivo de transporte.
“Já iniciamos conversas com a Dislub. A obra será finalizada em 2027, simultaneamente à nossa. Portanto, firmaremos primeiro um acordo de intenções e, posteriormente, um contrato de transporte para atender Pernambuco, Piauí e Ceará”, declarou Daher.

Avanço das obras da Transnordestina
As obras da Transnordestina têm previsão de conclusão da primeira fase em 2027. Segundo Tufi Daher, faltam apenas os lotes 8, 9 e 10 para a finalização desse trecho da ferrovia. A expectativa é que os contratos para esses lotes sejam assinados ainda no primeiro semestre de 2025.
“Acredito que em 30 ou 40 dias contrataremos o lote 8, restando apenas os lotes 9 e 10, que também devem ser assinados neste primeiro semestre. A obra segue em ritmo acelerado”, afirmou o CEO da Transnordestina Logística.
Além desses trechos, haverá a mobilização para o início das obras do trecho que conectará a ferrovia do Pecém a Missão Velha, município localizado a 504 quilômetros de Fortaleza. Atualmente, os lotes 4 (Acopiara a Piquet Carneiro), 5 (Quixeramobim), 6 (Quixadá) e 7 (Itapiúna) já estão em execução.
Investimentos e financiamento da Transnordestina
O financiamento da Transnordestina está estimado em R$ 3,6 bilhões e será repassado de forma escalonada ao longo dos próximos anos. Em 2024, o investimento previsto é de R$ 1 bilhão, sendo R$ 400 milhões já pagos e R$ 600 milhões programados para os próximos meses. Em 2025, será liberado mais R$ 1 bilhão, com o mesmo montante previsto para 2026. Já em 2027, a última parcela será de R$ 600 milhões.
Além desses valores, há a expectativa de um aporte adicional do Fundo de Investimento do Nordeste (Finor), que pode variar entre R$ 600 milhões e R$ 800 milhões, ainda no primeiro semestre de 2025. Esses investimentos são fundamentais para garantir o avanço das obras e a conclusão da ferrovia dentro do prazo estipulado.
Cada lote da ferrovia pode mobilizar entre 600 e 800 trabalhadores, dependendo da fase da obra. No Porto de Pecém, a previsão é que cerca de 600 pessoas sejam empregadas até março, contribuindo para a geração de empregos diretos e indiretos na região.
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Pecém: hub logístico e energético do Nordeste
O Porto de Pecém desempenha um papel estratégico no desenvolvimento econômico do Ceará e de toda a região Nordeste. Desde 2023, o complexo firmou um acordo com o Porto de Roterdã, na Holanda, para a criação de um corredor logístico de hidrogênio verde, consolidando o Ceará como uma referência na produção e exportação de energia renovável.
A infraestrutura moderna do Porto de Pecém, aliada à sua localização estratégica e às parcerias internacionais, fortalece a Transnordestina como uma das principais vias de escoamento de cargas no Nordeste. O modal ferroviário se apresenta como uma alternativa mais econômica e sustentável, reduzindo os custos logísticos para as empresas e impulsionando o desenvolvimento industrial da região.
Com a conclusão das obras da Transnordestina e a ampliação da capacidade logística do Porto de Pecém, o Ceará se posiciona como um dos principais hubs logísticos e energéticos do Brasil. Esse avanço beneficiará diversos setores da economia, incluindo a distribuição de combustíveis, a exportação de produtos agrícolas e a indústria de energia renovável.
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