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Suriname planeja distribuir lucros do petróleo da Margem Equatorial

A exploração na Margem Equatorial também tem estimulado a cooperação entre Brasil, Suriname e Guiana
Mauricio  Landwoigt
Mauricio  Landwoigt/Foto: divulgação

Por Mauricio Landwoigt de Oliveira*

O Suriname anunciou um plano inovador para distribuir parte dos lucros obtidos com a exploração de petróleo na Margem Equatorial. Segundo o presidente Chan Santokhi, cada cidadão do país terá direito a um benefício de aproximadamente R$ 4,3 mil, financiado pelos royalties do setor petrolífero. A medida reforça o potencial econômico da região norte da América do Sul, que se consolida como um polo emergente na produção de combustíveis fósseis.

A Margem Equatorial, que se estende do Amapá à Guiana Francesa, tem atraído grandes investimentos de petroleiras internacionais após as descobertas significativas na Guiana. O Suriname, que compartilha características geológicas semelhantes, já conta com parcerias com empresas como a Total-Energies e a Apache Corporation para a exploração de seus campos offshore.

O avanço na exploração de petróleo gerou um debate sobre as oportunidades econômicas e os desafios ambientais na região. No Brasil, a exploração na foz do Rio Amazonas ainda é uma questão polêmica. Durante um evento no Amapá, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou que os países vizinhos estão aproveitando riquezas naturais localizadas a poucos quilômetros da costa brasileira, reforçando a necessidade de um debate sobre a exploração de petróleo na região.

Desafios ambientais e regulação

A exploração de petróleo na Margem Equatorial não está livre de controvérsias. Organizações ambientais alertam para os riscos que a atividade pode representar para ecossistemas sensíveis, como manguezais e recifes de corais. O Greenpeace tem se posicionado contra a perfuração na foz do Amazonas, argumentando que um vazamento de óleo poderia trazer impactos irreversíveis para a biodiversidade local.

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A Petrobras, que assumiu blocos exploratórios na área após a saída da Total-Energies, afirma que seguirá protocolos rigorosos de segurança ambiental. O governo brasileiro, por sua vez, tem buscado um equilíbrio entre a preservação ambiental e o potencial de desenvolvimento econômico da região.

O papel da Petrobras e a cooperação regional

A exploração na Margem Equatorial também tem estimulado a cooperação entre Brasil, Suriname e Guiana. Em janeiro de 2025, o ex-presidente Jair Bolsonaro mencionou que a Petrobras poderia ter prioridade na exploração de blocos no Suriname, em parceria com a estatal local Staatsolie. O acordo incluiria investimentos em infraestrutura e transferência de tecnologia, fortalecendo a capacidade do setor petrolífero na região.

Com as reservas do pré-sal entrando em fase de declínio previsto para 2030, a Petrobras enxerga a Margem Equatorial como uma nova fronteira estratégica para garantir a segurança energética do Brasil e manter sua posição entre os maiores produtores de petróleo do mundo.

Futuro da exploração na Margem Equatorial

Apesar do otimismo em relação ao potencial econômico da região, a distribuição dos recursos provenientes da exploração de petróleo levanta questões sobre sustentabilidade financeira de longo prazo. O Suriname, ao anunciar a distribuição direta de parte dos lucros aos cidadãos, pode estar criando um modelo que outros países da região virão a seguir.

Enquanto o Suriname avança com seu plano de repasse de lucros, o Brasil segue discutindo o futuro da exploração na Margem Equatorial. O debate entre crescimento econômico e sustentabilidade continuará sendo um dos principais desafios para o setor energético nos próximos anos.

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