O Rio Grande do Norte entrou com força na disputa por empreendimentos de hidrogênio verde. Executivos do grupo grupo Acciona-Nordex se reuniram com a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), no começo desta semana, para apresentar o projeto que vai demandar um investimento de R$ 13 bilhões.
Embora não tenham sido divulgados detalhes, o futuro empreendimento chamado Alto dos Ventos vai ter um complexo industrial para a fabricação do hidrogênio e seus derivados, incorporando também dois parques de geração, sendo um eólico e outro, solar fotovoltaico. A produção de hidrogênio usa muita energia.
O projeto vai ser implantado nos municípios de Macau, Pendências e Guamaré, que têm empreendimentos de geração eólica. O Rio Grande do Norte tem 10 gigawatts de potência instalada em parques eólicos desde agosto do ano passado. Isso representa um parque gerador do tamanho de todas as usinas hidrelétricas da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf).
As negociações para a implantação do empreendimento vem acontecendo desde outubro de 2023, quando a governadora Fátima Bezerra visitou a cidade de Puertollano, na Espanha, para conhecer as instalações da Acciona-Nordex Green Hydrogen.
“O crescimento econômico deve vir com justiça e inclusão social. E o projeto Alto dos Ventos chega com novos parceiros interessados, que já atuam no mercado. De nossa parte, estamos envidando todos os esforços, inclusive com o trâmite de licenças ambientais no Idema”, afirmou a governadora depois da reunião com os executivos.
O presidente da Acciona-Nordex, Pablo Pulpeiro, confirmou a instalação do projeto no RN e o interesse também no Porto Indústria Verde. “Estamos trabalhando com o Governo do Estado e acreditamos que, de mãos dadas, vamos consolidar o projeto”, disse.
O RN o Alto dos Ventos
O Alto dos Ventos tem sinergia com mais dois projetos. Um que ainda vais se instalar o Porto-Indústria Verde, que vai lidar com produção de energia limpa, sendo uma estrutura voltada para energia eólica offshore (no mar) escoando outros produtos ligados às energias renováveis, como o hidrogênio verde (H2V). O Porto-Indústria Verde tem um orçamento de R$ 5,6 bilhões.
Outro projeto com que o Alto dos Ventos também tem sinergia é o “Centro de Excelência em Formação Profissional para Hidrogênio Verde”, instalado no Rio Grande do Norte, numa parceria do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e a agência de cooperação alemã GIZ. A instituição começou a oferecer os primeiros cursos no ano passado.
Apontado como o combustível do futuro, a disputa por empreendimentos que vão produzir hidrogênio verde está acirrada no Nordeste e estão sendo disputados pelos Estados do Ceará, Piauí, Maranhão, Bahia. Pernambuco que vai receber uma fábrica da European Energy,,no Porto de Suape, que vai usar o hidrogênio para produzir e-metanol.
O Estado que tem as negociações mais avançadas para a implantação deste tipo de empreendimento é o Ceará que já assinou mais de 30 memorandos de entendimento com empresas interessadas na produção de hidrogênio verde.
*Com informações do governo do Rio Grande do Norte e do Senai-RN
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