Sua fonte de informação sobre os negócios do Nordeste

Sua fonte de informação sobre os negócios do Nordeste

Indústria diz que buscará diálogo para reverter taxação sobre aço e alumínio

CNI e ABAL emitiram nota reagindo à medida de Trump em taxar aço e alumínio. Não se sabe se tarifa atual será eliminada ou receberá a taxação será adicional
Juros básicos em queda lenta são criticados por Ricardo Alban (CNI)
Ricardo Alban, presidente da Confederação Nacional da Indústria/Foto: divulgação

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) manifestaram, através de notas, preocupação com a decisão dos Estados Unidos de impor tarifas de 25% sobre importações de aço e alumínio. A medida impacta diretamente a competitividade do setor e pode comprometer as exportações brasileiras para o país, que é o principal destino desses produtos.

A CNI disse estar atenta à implementação das taxas e, junto ao governo brasileiro, buscará diálogo com os EUA na tentativa de reverter a decisão. O presidente da entidade, Ricardo Alban, destacou que a medida prejudica tanto a indústria brasileira quanto a norte-americana. “Temos fluxos comerciais e de investimentos altamente diversificados. A CNI trabalha para aprofundar essa relação por meio de uma agenda voltada ao fortalecimento do relacionamento bilateral e da integração internacional”, afirmou Alban.

Indústria tema impactos

Os impactos da tarifação são significativos. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o Brasil exportou US$ 4,1 bilhões em ferro e aço para os EUA em 2024, representando 54,4% das exportações desses produtos. No setor de alumínio, 16,8% das exportações brasileiras têm os EUA como destino, movimentando US$ 267 milhões no mesmo ano. Com a nova tarifação, esses produtos perderão competitividade no mercado norte-americano.

Além do efeito direto, há preocupação com impactos indiretos, como desvio de comércio e concorrência desleal. Produtos de outras origens que perderem acesso ao mercado americano podem buscar novos destinos, incluindo o Brasil, saturando o mercado interno com produtos a preços desleais. A ABAL alerta que essa reconfiguração comercial pode pressionar ainda mais a indústria nacional.

Indefinição sobre real tarifa

Outro ponto relevante é a indefinição sobre a aplicação da tarifa. O decreto executivo detalhando a medida ainda não foi publicado, deixando dúvidas se a nova tarifa substituirá a já existente taxa de 10% da Seção 232 ou se será somada a ela, elevando o total para 35%. O governo dos EUA afirmou que não concederá isenções a nenhum país, dificultando ainda mais a situação para o Brasil.

- Publicidade -

O governo brasileiro já sinalizou que não adotará retaliações comerciais. O ministro Alexandre Padilha declarou que “o Brasil não entrará em guerra comercial e seguirá pelo caminho do diálogo”. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também enfatizou a importância de manter boas relações comerciais e evitar medidas que possam prejudicar outros setores produtivos.

Diante desse cenário, a ABAL defende o fortalecimento dos instrumentos de defesa comercial do Brasil e a revisão da política tarifária nacional para corrigir distorções no mercado. A entidade está em contato com o governo para discutir soluções que minimizem os impactos da medida e garantam um ambiente mais competitivo para a indústria brasileira.

O aumento das tarifas também pode provocar um realinhamento nas cadeias globais de suprimentos, afetando os fluxos comerciais e pressionando os preços regionais. Regiões dependentes de importações podem sentir um aumento nos custos, alterando o equilíbrio do mercado internacional.

Leia também:

Taxação do aço e alumínio pelos EUA impacta exportações do Brasil

- Publicidade -
- Publicidade -

Mais Notícias

- Publicidade -