A Refinaria Abreu e Lima (RNEST), localizada em Ipojuca, Pernambuco, fechou o ano de 2024 com mais um recorde. A produção de Bunker (combustível utilizado para abastecer navios, principalmente os de grande porte, como petroleiros e porta contêineres) foi de 410 mil toneladas. O número é mais que o dobro maior do que o recorde anterior, de 2023, quando a refinaria produziu 201 mil toneladas.
O gerente geral da RNEST, Márcio Maia, explica que o produto tem uma demanda relevante tanto no mercado nacional quanto internacional e este aumento de produção permite a captura de novos mercados e, consequentemente, o aumento de receita. “A previsão é de mantermos um patamar de produção similar nos próximos anos. Estamos trabalhando para sempre melhorar nosso desempenho”, afirma.
Ainda segundo o gerente geral da refinaria, “A RNEST tem uma importância estratégica no abastecimento de navios e uma vantagem competitiva muito forte, pois está interligada, via duto, ao Porto de Suape, o que nos dá agilidade também para escoar a produção”, destaca Márcio Maia.
Em novembro do ano passado, a Petrobras iniciou operação da Unidade de abatimento de emissões atmosféricas (SNOX) da Abreu e Lima, permitindo à refinaria aumentar o processamento atual em 27 mil barris de petróleo por dia (bpd), a 115 mil bpd.
A Petrobras destacou que a SNOX é a primeira unidade de abatimento de emissões do refino brasileiro e das Américas com a capacidade de transformar óxido de enxofre (SOx) e óxido de nitrogênio (NOx) em ácido sulfúrico, “adicionando assim um novo produto no portfólio a ser comercializado pela companhia”. O ácido produzido, dentre outras utilidades, é um importante insumo para tratamento e geração de água potável, adicionou a Petrobras.
FUT
Em todo o Sistema Petrobras, o volume de petróleo processado oriundo do Pré-Sal também foi histórico, chegando a 70% do total processado pela Petrobras, superando o dado registrado em 2023, quando a média anual havia atingido 66%.
Já o Fator de Utilização das Refinarias (FUT) anual atingiu 93,2%, ante 92% realizado em 2023. O cálculo do FUT leva em consideração o volume de carga de petróleo processado e a capacidade de referência das refinarias, dentro dos limites de projeto dos ativos, dos requisitos de segurança, de meio ambiente e de qualidade dos derivados produzidos.
A confiabilidade e a disponibilidade das plantas de refino foram fundamentais para a performance realizada, com a indicação de maior utilização das refinarias pelo planejamento integrado do segmento Refino, Transporte, Comercialização, Petroquímica e Fertilizantes (RTC) da Petrobras.
Menores emissões
Em 2024, o parque de refino da Petrobras alcançou a menor intensidade de emissões de gases de efeito estufa da série histórica, cujas medições tiveram início em 2019. A companhia registrou 36,1 KgCO2 por carga equivalente, evitando a queima de 475 mil m³/dia de gás natural e a emissão de 365 mil toneladas de CO2. Esse volume representa a retirada de circulação de mais de 6 mil ônibus urbanos movidos a diesel ou mais de 60 mil carros movidos a gasolina.
Mais investimento em refino
O atual Plano de Negócios da Petrobras prevê, até 2029, US$ 19,6 bilhões em investimentos no segmento de Refino, Transporte, Comercialização, Petroquímica e Fertilizantes (RTC), representando um aumento de 17% em relação ao plano anterior.
“Estamos aprimorando o parque de refino, investindo em modernização e aumentando a capacidade de produção. A Petrobras está focada na eficiência, segurança e operacionalização rentável dos ativos. Os investimentos que fazemos no refino são condição para o desempenho global das refinarias”, afirma o diretor de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, William França.
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