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BNB disponibiliza R$ 30 mi em crédito para energia solar em residências em PE

No total, o BNB está oferecendo R$ 200 milhões em crédito para financiar projetos de energia solar nos nove estados do Nordeste, além de parte de Minas Gerais e Espírito Santo
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Em 2023, Pernambuco registrou um crescimento no número de contratações de crédito para energia solar, com 465 contratos que somaram R$ 15,6 milhões. Em 2024, esse número subiu para 592 operações, totalizando R$ 17 milhões. Foto: Tibico Brasil

Transformar o Sol em um aliado do bolso e do meio ambiente pode se tornar uma realidade para os pernambucanos ainda em 2025: residentes do estado que desejem gerar sua própria energia elétrica com placas fotovoltaicas podem financiar compra e instalação dos equipamentos com o Banco do Nordeste (BNB).

Para isso, a instituição está disponibilizando R$ 30 milhões em crédito. Os projetos que não ultrapassarem o valor de R$ 100 mil poderão ser financiados com carência de até 6 meses e com prazo de até oito anos. Os recursos são do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), oferecidos com taxas de juros a partir de 0,63% ao mês.

O superintendente de Micro e Pequena Empresa (MPE) e Pessoa Física do BNB, Lívio Tonyatt, afirma que o banco financia até 100%. Assim, o cliente paga as prestações calculadas de forma a ter o retorno do investimento em pouco tempo. “O crédito a juros reduzidos combinado com prazos longos e uma redução significativa no valor da conta da energia elétrica fazem com que o investimento feito na operação não impacte o orçamento familiar e passe a dar retorno positivo em pouco tempo”, explica.

Em 2023, Pernambuco registrou um crescimento no número de contratações de crédito para energia solar, com 465 contratos que somaram R$ 15,6 milhões. Em 2024, esse número subiu para 592 operações, totalizando R$ 17 milhões. “Acreditamos que a redução no preço dos equipamentos ajuda a impulsionar a busca por crédito. Em 2023, o valor médio das contratações no Banco do Nordeste era de quase R$ 31 mil por residência. Em 2024, essa média foi de R$ 26,1 mil”, afirma Lívio.

R$ 200 milhões em crédito os estados do Nordeste e Minas Gerais

No total, o Banco do Nordeste está oferecendo R$ 200 milhões em crédito pela linha FNE Sol Pessoa Física para financiar projetos de energia solar nos nove estados do Nordeste, além de parte de Minas Gerais e Espírito Santo.

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Neste ano, o volume é 27% maior do que os R$ 157,5 milhões contratados em 2024. De acordo com Tonyatt, esse aumento na oferta de crédito serve para atender a demanda crescente por financiamento de projetos de autogeração de energia. Em 2023, houve cerca de cinco mil contratações. Já ano passado, houve mais de seis mil.

Para fazer as contratações, os interessados podem procurar as agências do Banco do Nordeste ou solicitar o crédito direto pela página do BNB na Internet, onde também é possível fazer uma simulação da operação.

Governo de Pernambuco destaca ambiente atrativo para geração solar

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Presidente da Aner e Aperenováveis acredita que embora as normativas ambientais estejam sendo seguidas, a verdadeira viabilidade do setor de energia limpa em Pernambuco dependerá do desenvolvimento da infraestrutura necessária para garantir o sucesso dos investimentos. Foto: Fernando Cavalcante

No início desta semana, o Governo de Pernambuco divulgou que Pernambuco foi líder no ano passado no crescimento da geração distribuída, com 34.944 novas unidades, um aumento de 47% quando comparado com as unidades conectadas até 2023. No acumulado da geração distribuída na região, o estado terminou 2024 com 109.941 unidades, conquistando o segundo lugar no total de unidades consumidoras que geram sua própria energia. Quando considerada a potência instalada de geração solar distribuída, o Estado cresceu 31% em 2024 com relação ao ano anterior, superando a marca de 1GW.

De acordo com o Secretário Executivo de Energia da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Guilherme Sá, o crescimento na geração distribuída deve-se também ao ambiente mais atrativo criado pelo governo. “A primeira iniciativa que eu destaco é a simplificação do licenciamento ambiental para as usinas solares de pequeno porte. Uma importante melhoria, que entrou em vigor em 2024, foi a inexigibilidade de licenciamento ambiental para unidades de geração de energia solar com até meio mega de capacidade instalada. Isso representa cerca de 99% das unidades de geração distribuída em Pernambuco. São usinas de pequeno porte que têm baixo impacto ambiental. A desburocratização do licenciamento ambiental, conquista do governo Raquel Lyra, facilita o acesso a fonte solar pela população e pelos empreendedores que investem e implantam essas usinas”, ressalta.

Essa ação foi fruto de um grupo de trabalho formado pelas secretarias de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente, CPRH, por representantes da sociedade civil e do setor de energia. Ele lembra ainda os programas de incentivos fiscais oferecidos pelo Governo de Pernambuco. “Possuímos um pacote robusto de incentivos fiscais. Pernambuco foi um dos três primeiros estados do Brasil a conceder isenção de ICMS para os consumidores que geram a sua própria energia com usinas de até 1MW de capacidade instalada. Além disso, temos um pacote de incentivos que incluem o diferimento do ICMS para aquisição de equipamentos de geração solar e desoneram o ICMS para a atividade de fabricação de equipamentos de geração solar em nosso estado”, lembrou.

Energia solar: PE cresce e ocupa 3º lugar no NE, mas está estagnado

Apesar dos incentivos para a geração de energia limpa no estado, o estado está inserido em cenário da energia solar não muito atraente. O presidente das Associações Nacional e Pernambucana de Energias Renováveis (Aner e Aperenováveis), Rudinei Miranda, afirma que, apesar de ter crescido, o estado segue estagnado em termos de desenvolvimento energético, ocupando a 13ª posição no ranking nacional de geração de energia renovável, de acordo com dados do Power BI da ANEEL — Agência Nacional de Energia Elétrica.

Para Miranda, esse posicionamento é insatisfatório, considerando que Pernambuco se encontra em uma posição geográfica favorável, próximo à linha do Equador, o que naturalmente favorece a produção solar, mas ainda assim o estado não consegue avançar na mesma proporção de outras regiões, como Bahia e Ceará, que estão no topo do ranking.

“Na visão de quem acompanha o mercado, Pernambuco está estagnado. Se manteve crescendo exatamente no mesmo ritmo, mas está estagnado. No ranking dos estados da região, Pernambuco passou de cerca 900 MW e agora bateu mais de 1 GW. Nesse caso, Bahia [1.294.748,46 kW ou 1.29 GW] fica em primeiro lugar, logo depois vem o Ceará [1.208,237,18 kW ou 1.20 GW] e Pernambuco”, explica Rudinei, afirmando que o estado permanece em 3º lugar no ranking do Nordeste há dois anos.

Necessidade de um planejamento energético estratégico de longo prazo

Rudinei comenta que o estado possui alguns problemas críticos na produção de energia limpa. Um deles é a não renovação da isenção de ICMS para geração compartilhada. Dessa forma, empresas de usinas de energia limpa acabam se fixando em outros estados. O presidente da Aner sugere que a Secretaria da Fazenda do Estado de Pernambuco (Sefaz-PE) e os sindicatos e associações de energia do estado se mobilizem para adotar essa medida.

Além disso, Miranda faz alerta para a rede elétrica pernambucana, que está saturada e não há capacidade para expandir a geração de energia para as cidades, o que limita a implementação de mega usinas solares. A falta de cabos de transmissão também impede que os projetos de maior porte sejam viáveis

Em relação a esse cenário, Miranda enfatiza que, em 2027, o estado corre o risco de não ter subestações suficientes para atender à demanda, o que representa um desafio para a instalação de grandes empresas de energia solar. “Se o estado não se planejar para o longo prazo, como vamos atrair grandes players do setor?”, questiona.

Por isso, reitera que Pernambuco precisa de um planejamento energético estratégico de longo prazo, que contemple não apenas a instalação de usinas, mas também a infraestrutura necessária para que o estado possa competir com outras regiões, como o Sudeste.

Em termos de resultados positivos, o presidente destaca que a CPRH (Agência Estadual de Meio Ambiente) alcançou a marca de 1 gigawatt em projetos licenciados, um avanço importante para a viabilidade técnica da energia renovável no estado.

No entanto, ele alerta que, embora as normativas ambientais estejam sendo seguidas pelo governo estadual, a verdadeira viabilidade do setor dependerá do desenvolvimento da infraestrutura necessária para garantir o sucesso dos investimentos. O crescimento do setor de energias renováveis em Pernambuco depende de um comprometimento a longo prazo do poder público, alinhado às necessidades do mercado e da infraestrutura.

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