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Programa de internacionalização apoia startups do NE no mercado europeu

Com suporte estratégico e imersão cultural, 10 empresas serão selecionadas pelo programa de internacionalização do Porto Digital para se estabelecer em Portugal
Com suporte estratégico e imersão cultural, 10 empresas serão selecionadas pelo programa de internacionalização do Porto Digital para se estabelecer em Portugal. / Foto: Freepik

Expandir fronteiras, apesar de desafiador, deixará de ser apenas um sonho para dez empresas nordestinas. Para ajudar os empreendedores a enfrentar obstáculos significativos ao buscar chances em mercados internacionais, como barreiras regulatórias, culturais e tecnológicas, o Porto Digital deu início ao Programa de Internacionalização de Empresas Inovadoras.

A iniciativa visa apoiar startups e empresas de tecnologia que tenham interesse em expandir suas operações para o mercado europeu. Para isso, o parque tecnológico oferece suporte para que negócios do Nordeste de base tecnológica, sobretudo os pernambucanos, se estabeleçam em solo europeu, por meio do Porto Digital Europa.

Ao todo, foram submetidas 28 propostas, 25 de Pernambuco e três de outros estados da região, para internacionalização. Dez empresas serão escolhidas para que suas operações sejam viabilizadas no mercado europeu por meio do desenvolvimento de estratégias eficazes de internacionalização e posicionamento competitivo.

A divulgação dos resultados das propostas selecionadas acontecerá no dia 30 de janeiro. Após a seleção, as empresas selecionadas deverão investir R$ 9.681,75 como contrapartida no programa. As empresas escolhidas terão dez meses de imersão no programa, iniciando com quatro meses de atividades online seguidos por seis meses presenciais, em Portugal.

“O Porto Digital reconhece a importância de preparar as empresas para esses cenários, fornecendo suporte estratégico para garantir que elas permaneçam competitivas em escala global”, comenta o presidente do Porto Digital, Pierre Lucena.

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“Em todo lugar do mundo, inovação é incentivada, até para que a economia aumente a produtividade e melhore. E no caso de Portugal, isso pode ajudar muito, especialmente para gerar contratações locais e auxiliar na manutenção de jovens nas cidades do interior”, destaca o superintendente de inovação aberta do Porto Digital, Fellipe Sabat, comentando que diversos países sofrem grande êxodo de jovens para à Europa. “Obviamente o incentivo à criação de empregos locais é o caminho a ser seguido”, completa. 

Barreiras culturais e regulatórias são os principais desafios enfrentados

O presidente do Porto Digital, Pierre Lucena, comenta que o parque tecnológico fornece suporte estratégico para garantir que as empresas que estão inseridas no processo de internacionalização permaneçam competitivas em escala global. / Foto: PC Pereira
O presidente do Porto Digital, Pierre Lucena, comenta que o parque tecnológico fornece suporte estratégico para garantir que as empresas que estão inseridas no processo de internacionalização permaneçam competitivas em escala global. / Foto: PC Pereira

Lucena afirma que as startups e empresas de base tecnológica enfrentam desafios significativos ao buscar mercados internacionais, como barreiras regulatórias, culturais e tecnológicas, além da necessidade de escalabilidade dos modelos de negócio. “A adaptação às diferentes legislações e práticas comerciais de cada mercado é um ponto crítico”, comenta. 

Ainda assim, com suporte estratégico, é possível que as empresas possam se preparar para esse cenário e permanecer competitivas no mercado internacional. “Capacitação, parcerias estratégicas, imersão cultural, mentorias e consultorias são importantes para quem deseja ir além e se firmar em outro país”, diz Lucena.

O superintendente Fellipe Sabat comenta que as empresas nordestinas devem considerar a compatibilidade cultural, a maturidade do setor-alvo, a estabilidade econômica, os incentivos à inovação e as condições competitivas dos mercados-alvo.

“A região europeia, e especificamente Portugal, foi escolhida nesse passo de internacionalização do Porto Digital por diversos fatores: Portugal, na visão estratégica do Porto Digital, é a porta de entrada para a Europa. Aveiro, a cidade portuguesa onde está instalado o Porto Digital Europa, é sede de uma universidade que é referência na área de tecnologia e eletrônica, além de não ser uma cidade central, como Lisboa ou Porto, o que permite que as empresas recebam incentivos de inovação”, comenta. 

Sabat diz ainda que o Programa de Recursos Humanos Altamente Qualificados (RHAQ) da Região Centro de Portugal é outro benefício para a instalação de startups e empresas de base tecnológica em Aveiro. Nesse sentido, o parque tecnológico facilita essas estratégias por meio de programas de soft landing, conexões com investidores e integração em redes de inovação globais. 

“A construção de parcerias estratégicas, a participação em redes globais de inovação e em programas de aceleração internacional, além do uso de hubs regionais, têm se mostrado eficazes. A cocriação de soluções com parceiros locais e a adoção de tecnologias avançadas de análise de mercado também são abordagens bem-sucedidas”, comenta o superintendente.

“O primeiro desafio é desenhar um plano para a internacionalização”

O CEO da Di2win, Paulo Tadeu, afirma que, com a orientação certa e o apoio de parceiros estratégicos, é possível superar as barreiras iniciais e conquistar o sucesso em mercados globais. (Foto: Divulgação)

Força de vontade é de extrema importância, mas não é o suficiente para o processo de internacionalizar uma empresa. Nesse sentido, o CEO da Di2win, empresa de hiperautomação de processos embarcada no Porto Digital, Paulo Tadeu de Araújo, comenta que o seu primeiro desafio ao tentar expandir as fronteias da sua empresa.

“Acho que o primeiro desafio é desenhar um plano para isso. A maioria das startups tem apenas vontade de vender fora, mas não desenha essa estratégia de entendimento. É preciso pensar além da fronteira, isso significa ter um desenho geográfico do que se busca, de fato, entender se esse território tem demanda para sua oferta e tentar acelerar o entendimento da cultura local”, comenta, explicando a necessidade de buscar mercados que tenham proximidade de demanda com a sua oferta.

Paulo ainda afirma que “as práticas não ditas”, mas presentes no mercado em questão, como a burocracia e o modus operandi social para resolver conflitos de interesse, acabam por fazer com que a empresa se pareça mais com uma local do que com uma estrangeira.

O empresário explica que apoios e recursos são essências para as empresas que desejam embarcar no mercado global. Ele cita o “encurtamento da diferença cultural” como a base de tudo: “Isso parece óbvio, mas não é simples na prática. Sempre pensamos nos processos como executamos no Brasil, sendo uma armadilha que se cai facilmente, da forma como aprendemos ser o certo, porém cada lugar tem sua própria forma de pensar e resolver, o que varia de cultura para cultura”, analisa.

“Quando se cai na armadilha, se cria uma anteposição negocial com a cultura do mercado comprador. É como um pneu derrapando, trabalhando, gastando energia e dinheiro, mas que não se consegue fazer andar”, diz ele.  

Para o CEO, com a orientação certa e o apoio de parceiros estratégicos, é possível superar as barreiras iniciais e conquistar o sucesso em mercados globais. “Meu primeiro conselho é fazer um plano de internacionalização, como se fosse criar uma nova empresa para o mercado externo. Esse plano ajuda a responder dúvidas e prepara a operação internacional. No Porto Digital, por exemplo, esse processo também é fundamental para estruturar o foco da expansão”, explica ele.

Ter um parceiro local que compreenda o mercado e adapte seu discurso de vendas é de extrema importância para Paulo, pois ajuda a superar barreiras culturais e facilita o sucesso no processo de internacionalização. “Ele pode ser o seu canal e fazer o seu discurso de vendas ter um sotaque daquela região, no sentido mais amplo de forma de pensar e agir. Essa investida com certeza evitará que muitas barreiras sejam criadas”, diz Araújo.

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