O Governo de Pernambuco apresentou, nesta quarta-feira (8), um balanço do programa PE na Estrada, voltado à infraestrutura rodoviária. Conforme o levantamento, dos R$ 5,1 bilhões previstos para a iniciativa, R$ 2,1 bilhões já foram empregados. Os maiores projetos – e que demandarão o maior volume de recursos –, porém, ainda não entram nessa conta por conta dos estágios incipientes em que se encontram, a exemplo da construção do contorno sul do Arco Metropolitano e da elaboração dos projetos de duplicação de um trecho de 264,9 quilômetros da BR-232, entre São Caetano, no Agreste, e Serra Talhada, no Sertão.
O segmento 2 do Arco Metropolitano, que ligará a BR-232, em Moreno, à BR-101, no Cabo de Santo Agostinho, terá um total de 25,3 quilômetros e será construído com R$ 744 milhões em recursos estaduais. No fim de 2024, a gestão estadual lançou a licitação para a execução do projeto, que deve começar até o fim do primeiro semestre deste ano. O outro segmento, que ligará a BR-101 Norte à BR-232, está envolvido em impasses relativos à parte de seu traçado que corta a Área de Preservação Ambiental (APA) Aldeia-Beberibe, no Grande Recife, e, por isso, ainda não tem previsão de avanço ou recursos assegurados.
Já a duplicação da BR-232 teve avanços em 2024, mas está em uma fase anterior à do trecho sul do Arco Metropolitano – a de licitação das empresas responsáveis pelos relatórios e estudos de impacto ambiental (EIA/RIMA) e elaboração dos projetos básico e executivo da obra. O certame foi lançado em novembro e, depois de finalizado, prevê a entrega dos produtos em até dez meses, o que significa que, somente após isso – entre o fim deste ano e o início de 2026 –, será possível licitar e iniciar os serviços.
A obra será dividida em dois lotes – um de São Caetano a Arcoverde, com 108,9 quilômetros e R$ 16,5 milhões previstos para a elaboração dos projetos, e outro de Arcoverde a Serra Talhada, com extensão de 156 quilômetros e R$ 20,6 milhões a serem aportados na fase de projetos. Já os serviços de duplicação serão executados pelo Governo Federal, com recursos de ordem ainda não detalhada e provenientes do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), via Ministério dos Transportes.
Obras têm foco em estradas importantes para agricultura e turismo
Os recursos já aplicados até agora, contudo, vêm garantindo a melhoria da malha viária em trechos que, embora secundários, são fundamentais para a mobilidade urbana e diversos setores da economia. A restauração da PE-45, por exemplo, que liga os municípios de Vitória de Santo Antão e Escada, na Mata Sul, está viabilizando uma rota de escape para quem deseja sair da BR-232 para a BR-101 sem passar pelo Grande Recife. Na Mata Norte, estão em andamento obras na PE-075 e na PE-062, rodovias importantes para o escoamento da produção agrícola e industrial do Polo Automotivo de Goiana e do setor sucroalcooleiro.
No Agreste, os destaques ficam por conta da BR-104 (Caruaru-Taquaritinga do Norte), da PE-095 (Limoeiro-Caruaru), da PE-109 (Bonito-Agrestina), da PE-149 (Lajedo-Agrestina) e da PE-145, que leva a Fazenda Nova, destino turístico conhecido por sediar espetáculos da Paixão de Cristo. Já no Sertão, a PE-425, entre Floresta e Carnaubeira da Penha, a PE-499, conhecida como a Estrada da Cebola, que vai de Terra Nova a Cabrobó, e as PEs 633, 638 e 654, na região do São Francisco, também entram na lista como rodovias estaduais que receberam obras nos últimos dois anos e que são essenciais para escoar a produção agrícola.
Na Região Metropolitana do Recife (RMR), a gestão estadual concluiu recentemente as obras de restauração da PE-017, conhecida como Estrada da Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes, recuperando 11,8 quilômetros com investimento de R$ 40,4 milhões. Outra rodovia emblemática é a PE-015, entre Olinda e Paulista, que tem R$ 219 milhões em obras de requalificação.
No Litoral Sul, segue em fase de conclusão a restauração de 5,24 quilômetros do acesso à praia de Muro Alto (APE-009), em Ipojuca, obra que conta com recursos de R$ 16,3 milhões. Já a PE-060, que liga o Grande Recife à região e termina na divisa com o estado de Alagoas, terá seus 85 quilômetros requalificados, por meio de investimentos de R$ 78 milhões.
Governo afirma que mais de 1,5 mil quilômetros já foram restaurados
Segundo o Governo do Estado, mais de 1,5 mil quilômetros de estradas já foram recuperados nos últimos dois anos. A previsão é de que os R$ 5,1 bilhões do programa PE na Estrada melhorem o estado do pavimento em 3,5 mil quilômetros de rodovias. “Com o PE na Estrada, estamos atuando em rodovias, estradas vicinais e também no calçamento urbano. São intervenções realizadas desde janeiro de 2023 e que vamos intensificando cada vez mais. Em todas as regiões do estado, há obras finalizadas, mudando para melhor a infraestrutura de Pernambuco”, avaliou a governadora Raquel Lyra, em balanço divulgado para a imprensa.
Citando o exemplo da PE-15, o secretário estadual de Mobilidade e Infraestrutura, Diogo Bezerra, confirma que as obras têm privilegiado rodovias com função estratégica para diversos setores da economia, contemplando corredores de ônibus, calçadas e outros equipamentos. “A requalificação da PE-15 é uma obra estratégica para a mobilidade urbana da Região Metropolitana do Recife. Com mais de 60 mil veículos utilizando diariamente essa via, os avanços que já alcançamos, como o corredor exclusivo de ônibus e a pavimentação da pista de tráfego misto, são essenciais para garantir segurança, fluidez e eficiência no trânsito. Estamos trabalhando com empenho para entregar uma infraestrutura moderna e funcional”, afirmou.
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