A governadora Raquel Lyra (PSDB) disse que em 2025 o Estado vai avançar na futura concessão dos serviços de distribuição de água e coleta de esgoto que deve passar a ser oferecido por uma empresa da iniciativa privada mediante um contrato de concessão. Segundo a chefe do Executivo, esta concessão poderá trazer investimentos da ordem de R$ 20 bilhões a serem empregados nos primeiros anos da concessão.
Atualmente, este serviço é prestado pela Compesa que vai continuar sendo pública e fazendo a produção da água. Numa visita à redação integrada da Folha de Pernambuco, a chefe do executivo estadual fez um balanço dos seus dois primeiros anos de gestão e citou ações que serão prioritárias e estratégicas para melhorar os ativos de infraestrutura do Estado. Na ocasião, Raquel Lyra foi recebida pelo presidente do Grupo EQM, Eduardo de Queiroz Monteiro, pelo diretor Executivo da Folha de Pernambuco, Paulo Pugliesi, pelo diretor Operacional, José Américo; e pela diretora Administrativa, Mariana Costa.
A Folha de Pernambuco faz parte do grupo EQM, que criou uma joint venture com o portal Movimento Econômico. “É uma governadora de mãos limpas e, hoje em dia, isso é um ativo muito valioso”, disse Eduardo de Queiroz Monteiro durante o encontro. Ele entregou à governadora um livro sobre o acervo ambiental da Usina Cucaú, que também faz parte do Grupo EQM.
Ainda na visita, a governadora concedeu uma entrevista coletiva aos jornalistas do sistema Folha de Pernambuco e ao Movimento Econômico. Num primeiro momento, Raquel citou iniciativas tomadas nos últimos dois anos da atual gestão, como o avanço da Adutora do Agreste, as obras de dragagem de Suape e o futuro lançamento do edital para o Eixo Sul das obras da primeira etapa do Arco Metropolitano, obra viária que vai encurtar a distância entre o Norte do Grande Recife, como Goiana, e o Porto de Suape, no Litoral Sul do Estado. “Estamos nos preparando para crescer. Não dá para agir de maneira aleatória. Precisamos fazer o alinhamento permanente das nossas ações estratégias e prioridades”, contou.
Concessão dos serviços de distribuição de água
O principal avanço que a concessão vai possibilitar é trazer investimentos que vão ajudar o Estado a cumprir a meta de universalização dos serviços de distribuição de água e coleta de esgoto no Estado, o que vai demandar um investimento de cerca de R$ 32 bilhões. “O caminho é o investimento privado. Não temos recursos. Não somos um Estado rico”, afirmou a governadora, acrescentando que a necessidade de investimento é gigante para fazer a universalização do serviço.
Raquel argumentou que o desenho da futura concessão garantiu algumas proteções como a tarifa social para 1,5 milhão de pernambucanos que consomem até 15 metros cúbicos de água. “A concessão não será só pela maior outorga, mas vai segurar a tarifa para não ter um crescimento exponencial nem antes nem depois da concessão”, comentou Raquel, acrescentando que o projeto tem “previsibilidade”.
A chefe do Executivo citou também que o primeiro reajuste da tarifa do serviço depois de iniciada a concessão será em dezembro de 2026. “Não vamos ter surpresas”, revelou. Outorga é uma quantia paga pela concessionária para explorar o serviço, quando a outorga é alta tem impacto na tarifa do serviço prestado.
Raquel afirmou também que há “muitos agentes interessados nesta concessão, o que nos leva a crer de maneira sólida, que vai fazer a captação de uma boa empresa”. A governadora citou as entregas que têm sido feitas com a primeira etapa do Adutora do Agreste, a obra que vai levar garantia hídrica para uma grande parte da região, que tem maior estresse hídrico de Pernambuco. Segundo a governadora, está sendo feito o projeto da segunda etapa da adutora que terá um custo estimado em R$ 2 bilhões.
Ainda com relação à infraestrutura, a governadora citou que o ministro dos Transportes, Renan Filho, informou que haverá o lançamento de um edital para a retomada do trecho pernambucano da Ferrovia Transnordestina, localizado entre a cidade de Salgueiro, no Sertão Central de Pernambuco, e Suape.
Pelas informações repassadas pelo governo federal à governadora, a obra será retomada de forma pública, enquanto se define a modelagem da futura exploração do trecho pernambucano da Transnordestina. O trecho pernambucano era construído por um concessionária privada, a TLSA – do empresário Benjamin Steinbruch – com muitos recursos federais, foi “devolvido” pela empresa em 2022 e está com as obras paralisadas desde 2016.
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