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Com um investimento de R$ 430 milhões na primeira fase, o projeto do Terminal de Armazenamento e Distribuição de Combustíveis no complexo de Pecém deve iniciar as obras em janeiro de 2025. O empreendimento será executado pela Terminais Marítimos do Brasil S.A., empresa do grupo pernambucano Dislub Equador, e terá 80% do aporte feito pelo Banco do Nordeste.
“O Complexo do Pecém tem diversos projetos em fases de planejamento, e este [o terminal de tancagem] é um dos importantes que entram em fase de execução”, declarou o presidente do Complexo Industrial Portuário de Pecém (CIPP), Hugo Figueiredo.
O anúncio dos planos do terminal de tancagem aconteceu na quinta-feira (5) no Palácio da Abolição, e contou com as presenças do governador Elmano de Freitas; do presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara; do secretário do Desenvolvimento Econômico, Salmito Filho; do presidente do CIPP, Hugo Figueirêdo; do presidente da Dislub, Sérgio Lins; entre outras autoridades e executivos.
“Nós vamos iniciar a solução de um sonho do povo de Fortaleza, que é o deslocamento da tancagem do Mucuripe para o Porto do Pecém. Tenho certeza que garantirá uma maior competitividade na distribuição de combustíveis do estado do Ceará”, afirmou o governador.
“Atualmente, no Mucuripe, as empresas operam com bases de combustíveis que são da própria distribuidora, o que impossibilita contratos com outras distribuidoras. O nosso vai ser um terminal que é aberto para qualquer distribuidora que, regularmente registrada na ANP [Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis], possa vir para o Ceará, criando possibilidade de maior competitividade”, destacou Sérgio Lins.
Terminal de tancagem vai gerar empregos
O investimento na primeira fase do Terminal – na qual a obra terá início em janeiro de 2025, e previsão para entrar em operação em agosto de 2027 – será de R$ 430 milhões, sendo R$ 343 milhões financiados pelo Banco do Nordeste. Além disso, há a expectativa de que o empreendimento crie aproximadamente 500 empregos durante a obra e 100 quando entrar em operação.
“Semana passada estávamos assinando o aditivo da Transnordestina, e nesta semana estamos anunciando com a Dislub esse investimento de R$ 430 milhões. Já foram contratados pelo Banco do Nordeste 80% de todo o valor. Em dezembro vamos ter condições de desembolsar cerca de R$ 240 milhões. Isso vai dar possibilidade para empresa se planejar da forma adequada para poder executar a obra no prazo certo, e, se possível, até antecipar a data final de entrega”, afirmou Paulo Câmara.

O terminal contará com uma área construída de 130 mil metros cúbicos na primeira fase, com capacidade para chegar a 220 mil metros cúbicos, e tem como propósito o armazenamento de combustíveis derivados de petróleo – por exemplo, gasolina, diesel S10 e querosene de aviação -, biocombustíveis – por exemplo, biodiesel B100, etanol anidro e hidratado -, BTX e alcatrão.
Esse projeto se soma a outros empreendimentos que estão surgindo no Complexo do Pecém, como o Hub de Hidrogênio Verde, que tem uma previsão de investimento próxima a US$ 24 bilhões, e a ferrovia Transnordestina, que deve dobrar a movimentação de cargas no porto cearense.
“Nós vamos, também no início do ano, iniciar as obras de modernização e ampliação do Porto do Pecém. Teremos também a conclusão da Transnordestina, o que favorece uma logística melhor desse empreendimento da Dislub para o Ceará e os estados vizinhos. Maior capacidade e eficiência de logística para a nossa economia”, complementou Elmano de Freitas.
Dois novos berços em Pecém
Para conseguir comportar esses dois grandes projetos, o Porto do Pecém já trabalha na construção de dois novos berços, um no Píer 2 e outro no Terminal de Múltiplas Utilidades (TMUT). Além de outros investimentos que prometem colocar o porto cearense em um patamar muito competitivo internacionalmente.
Entre os planos de expansão e modernização do complexo, está a criação de um corredor de utilidades compartilhado para o Hub de Hidrogênio Verde, cuja função de fazer a circulação dos dutos de amônia, gás natural, hidrogênio, água e a rede de energia elétrica. A duração prevista da obra é de 40 meses.
Essa licitação para os dutos é internacional, foi lançada em outubro e faz parte do programa ‘Pecém Verde’. Ela terá um financiamento de US$ 135 milhões que será dividido entre o Banco Mundial, com US$ 90 milhões, O Climate Investment Funds, com US$ 35 milhões, e da própria CIPP S/A – empresa que administra o Complexo do Pecém -, com US$ 10 milhões.
*Com informações do Governo do Ceará
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