*Rodrigo Miranda
A eleição de Donald Trump nos Estados Unidos teve um efeito imediato e marcante nos mercados internacionais, especialmente no campo das criptomoedas. Essa situação demonstra uma reação de cunho político e econômico, uma vez que Trump, ao voltar a ocupar a posição mais influente do planeta, sugere medidas que favorecem o “ouro digital” e diversas outras moedas digitais.
O setor de criptomoedas demonstrou um sentimento otimista durante as fases pré-eleitorais e, após a confirmação de seu retorno à presidência, tanto o BTC quanto as altcoins mostraram reações favoráveis. Os ganhos já eram esperados caso o candidato republicano saísse vitorioso, e os investidores que estavam cientes desse cenário conseguiram aproveitar a valorização. Contudo, tudo aponta para que essa tendência de alta possa se intensificar ainda mais.
A nova gestão demonstra um forte apoio às criptomoedas, e o Congresso parece alinhado a essa perspectiva. Isso pode transformar significativamente o papel das criptomoedas nos Estados Unidos. Durante sua campanha, Trump se comprometeu a reverter a postura negativa em relação às criptos dos governos de Joe Biden e Kamala Harris. Ele enfatizou como prioridade a demissão de Gary Gensler, presidente da SEC, que aumentou a vigilância sobre a indústria, incluindo ações judiciais contra grandes exchanges. Esse movimento pode abrir espaço para uma nova fase de supervisão que favoreça a inovação no mercado de criptomoedas.
Trump mudou de postura
É importante ressaltar que Trump transformou radicalmente sua postura em relação às criptomoedas. No meio de 2019, ele afirmou que as moedas digitais eram uma ilusão e que representavam um risco à soberania econômica dos EUA. Atualmente, ele se tornou o principal defensor desse mercado.
A perspectiva do novo presidente em relação ao Bitcoin é grandiosa; ele pensa que o valor de mercado da criptomoeda pode superar o do ouro – uma demonstração evidente de sua fé nos ativos digitais. Além disso, surgiram especulações sobre a possibilidade de os EUA desenvolverem uma reserva estratégica de Bitcoin sob sua administração.
O republicano se opõe firmemente à criação de um CBDC (moeda digital do Banco Central) nos EUA, defendendo a liberdade financeira e a descentralização. Para ele, o controle total do estado sobre o dinheiro digital pode representar uma ameaça à privacidade e ao poder econômico dos cidadãos. Ao evitar o dólar digital, ele visa proteger essa liberdade e dar mais segurança aos usuários de cripto.
Com um Congresso favorável às criptos, o ambiente para empreendedores e inovadores tende a ser mais aberto. Novos ETFs – como o de Solana – já estão sendo considerados, o que é positivo para o setor. Stablecoins devem ganhar mais força, com maior uso em transferências e como forma de armazenamento de valor.
O Bitcoin registrou, no início da segunda semana de novembro, alta de 29,9% em um mês – rompendo sua máxima histórica – e, no acumulado de um ano, valorização de 123%. Tal desempenho refletiu nas altcoins como Ethereum (+29%) e Solana (+32%) com excelente alta no semanal. O que se pode esperar de Trump e o futuro das criptomoedas nos EUA é uma farta colheita, e, aos que não plantaram ainda, corram, pois o terreno americano nunca esteve tão fértil.
*Rodrigo Miranda é treinador comportamental e especialista em mindset financeiro, em trading de criptomoedas e criador da Universidade do Bitcoin, a UniBtc, com mais de 15 mil alunos. Formado em Administração de Empresas com pós-graduação em Pedagogia Empresarial, atingiu a liberdade financeira através do mercado cripto há anos, ensina e faz análises diariamente em lives no YouTube.
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