O setor de bares e restaurantes de Pernambuco prevê um crescimento do setor durante os últimos dois meses do ano, conforme revela uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) no estado.
O levantamento aponta que 81% dos empresários esperam um aumento nas vendas, que deve ser impulsionado pelas festividades de fim de ano e pelo turismo no litoral. E para atender a essa demanda crescente, cerca de 39% dos estabelecimentos pretendem contratar funcionários temporários.
A diretora-executiva da Abrasel em Pernambuco, Rhaissa Soares, explica que o otimismo é sustentado pela programação antecipada dos eventos de final de ano e pelo aumento das confraternizações de empresas e famílias, o que ela chama de “réveillon estruturado”.
“O último trimestre sempre apresenta um crescimento significativo nas vendas, com um aumento mais expressivo a partir de novembro, quando o volume de confraternizações é maior. Esperamos um incremento de até 35% nas vendas comparado ao mesmo período do ano passado”, comenta Soares.
Turismo impulsiona demanda no litoral
Outro fator que contribui para o crescimento do setor no final de ano é o aumento do turismo, especialmente nas áreas litorâneas de Pernambuco, como Boa Viagem, Porto de Galinhas e Carneiros. A partir de janeiro, esses locais se tornam os principais pontos de movimentação, devido à chegada de turistas que buscam as praias do estado.
“A região metropolitana, impulsionada pelas confraternizações, tem um bom desempenho até o fim de dezembro. Já em janeiro, o fluxo se desloca para o litoral, onde o turismo é mais intenso”, detalha a diretora-executiva.
Embora o cenário apresenta desafios, o fim de 2024 se mostra promissor para o setor de bares e restaurantes em Pernambuco, que se prepara para atender à demanda aquecida e, ao mesmo tempo, enfrentar as dificuldades econômicas dos últimos anos.
Com uma expectativa de crescimento nas vendas e um reforço no quadro de funcionários, o setor quer mostrar sua importância para a economia local.
Réveillon: emprego e crescimento
Segundo a pesquisa, existe uma intenção de contratação de 39% dos empresários, especialmente para vagas temporárias, através dos quais os contratados temporariamente “acabam sendo efetivados, dependendo de sua performance.” É um momento de oportunidades para o primeiro emprego”, destaca a diretora da Abrasel.
Por outro lado, apesar da previsão positiva para o final de ano, o setor ainda enfrenta desafios financeiros. Cerca de 40% das empresas relataram dificuldades econômicas, tendo 20% desse total registrado prejuízos em setembro.
Dívidas acumuladas ainda relativas à época da pandemia da Covid-19 ainda continuam impactando a rentabilidade dos negócios, mesmo com o aumento do consumo.
Dívidas e recuperação lenta
As dificuldades financeiras do setor são agravadas pelas dívidas com impostos e empréstimos adquiridos durante a pandemia. Segundo a pesquisa, 81% das empresas em débito devem impostos federais, enquanto 64% enfrentam pendências estaduais e 45% estão em atraso com taxas municipais.
“A pandemia deixou um legado de débitos que ainda não conseguimos equalizar. Estivemos fechados por 150 dias, e muitos empresários precisaram renegociar dívidas que só deverão ser quitadas completamente em 2026”, explica Soares.
O presidente da Abrasel em Pernambuco, Tony Sousa, também destaca a importância do otimismo e da resistência dos empresários do setor.
“Estamos trabalhando para superar essas dificuldades e garantir que os empresários possam estabilizar suas operações. A recuperação é gradual, e esperamos que a lucratividade só retorne efetivamente a partir de 2026”, afirma Sousa.
Leia mais:
Réveillon: hotéis do Recife já têm mais de 80% de ocupação
Réveillon do Recife terá movimentação de R$ 300 milhões. Confira as atrações
