Em 2025, o Brasil sediará pela primeira vez, em São Paulo, o maior fórum de economia circular do mundo, mas quem quiser ter uma prévia dessa programação poderá, durante o REC’n’Play, acompanhar o Brazilian Circular Hotspot 2024.
Desta quarta (6) até a próxima sexta-feira (8), a capital pernambucana vai reunir especialistas e representantes empresariais e governamentais de todo o mundo para discutir os desafios e oportunidades da transição para uma economia mais circular.
O economista ambiental sênior do Banco Mundial, Arno Behrens, será um dos palestrantes, junto com a representante da plataforma de stakeholders europeias interessadas em economia circular, Ladeja Godina, e a oficial de política economia circular da Comissão Europeia, Gabriella Waibel.
Também vão estar presentes ao longo desses três dias o gerente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Márcio Henriques; o diretor executivo do Complexo Industrial e Portuário de Suape, Carlos André Cavalcanti; além de representantes do Governo de Pernambuco, que falarão desde a Nova Indústria Brasil até como financiar a transição.
A programação será composta de paineis, mesas de debate, workshops e reuniões multilaterais, que também receberá representantes do setor privado, como Covestro, Hyundai, TOMRA e Wise Plástico.
O Brazilian Circular Hotspot é organizado pelo Instituto Brasileiro de Economia Circular (IBEC). A presidente do instituto, Beatriz Luz, explica que uma série de coincidências positivas trouxeram o hotspot para Recife e principalmente para o REC’n’Play.
Luz foi convidada no ano passado a participar de um painel para debater economia circular no REC’n’Play. “Fiquei encantada com todo o movimento do festival e o propósito do evento de trazer tecnologia, de buscar essa inspiração dos jovens com esse olhar de conectividade”, detalha.
Para ela, o REC’n’Play “dialogava muito com a temática da economia circular, de fomentar conexões e modificar cidades e trazer um novo olhar.”
Por isso ela decidiu tirar o debate do eixo Rio-São Paulo e “olhar para uma realidade do país que é tão diferenciada e única, mas que traz várias oportunidades a partir da bioeconomia e dos biocombustíveis.”
Economia Circular
A premissa da economia circular é atrelar crescimento econômico, bem-estar social e sustentabilidade. “Precisamos trazer um novo olhar pro desenvolvimento. Não é parar de consumir, é como que a gente pode produzir e consumir de forma diferente”, pontua.
“A economia circular vem como uma oportunidade de a gente endereçar três grandes crises: a perda de biodiversidade, as mudanças climáticas e a enorme geração de poluição difusa. É uma nova forma de a gente gerar valor, produzir, consumir e até a gente se relacionar com produtos e serviços.”
O Brazilian Circular Hotspot foi estruturado, segundo o IBEC, para ser um marco no país, em termos de preparação e discussões sobre a economia global.
O instituto aponta que a capacidade da economia circular pode gerar até R$ 7,2 trilhões em benefícios anuais até 2030 relativos a mudanças como menores custos de manutenção, aumento da vida útil de produtos e seus componentes, e compartilhamento de infraestrutura.
Além dos debates, as ações também passaram a ser realidade. No final de 2023, o Brasil entrou para a Coalizão de Economia Circular para a América Latina e Caribe. Já em junho deste ano, o governo brasileiro lançou a Estratégia Nacional de Economia Circular.
Como participar
As inscrições para o Brazilian Circular Hotspot 2024 estão abertas por meio do site. A expectativa é reunir participantes de todo o país e de diversas partes do mundo, incluindo líderes empresariais, formuladores de políticas, acadêmicos e representantes de ONGs.
“Já estamos com mais de três vezes a nossa expectativa de inscritos. Sabemos que já é uma grande mensagem. Esperamos que esse exemplo possa trazer bastante inspiração e conexões para a gente trabalhar junto para que o estado, a cidade, o nosso país sejam beneficiados e avancem com esse olhar da circularidade.”
REC’n’Play
A sexta edição do REC’n’Play tem início nesta quarta-feira (06) e segue até o próximo sábado (09). Durante quatro dias, mais de 600 atividades interativas e gratuitas focadas em tech, cidades inteligentes, economia criativa e empreendedorismo serão oferecidas na cidade do Recife, capital pernambucana.
Neste ano, o chamado Carnaval do Conhecimento espera atrair mais de 60 mil participantes, que devem se inscrever previamente no evento gratuito. A programação é dividida por Arena, além de contar com Polo Infantil, que oferecerá atividades específicas para esse público. Competição de startups, debates sobre inteligência artificial e música são parte das atrações.
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