Por Juliana Albuquerque
Pesquisa mensal do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) comprovou o que a maioria dos brasileiros percebem diariamente – os alimentos da cesta básica estão mais caros.
Na Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos do departamento, das 17 capitais pesquisadas, apenas o Recife apresentou um discreto recuo no preço de 0,85% em outubro, com o valor da cesta por R$485,26.
Em comparação às demais cidades pesquisadas, além do Recife, no Nordeste, Aracaju e Salvador registraram os menores custos no período, com os alimentos básicos para o mês saindo por R$464,17 e R$487,59, respectivamente.
A cesta mais cara foi a de Florianópolis (R$ 700,69), seguida pelas de São Paulo (R$ 693,79), Porto Alegre (R$ 691,08) e Rio de Janeiro (R$ 673,85).
Ao comparar outubro de 2020 e outubro de 2021, o preço do conjunto de alimentos básicos subiu em todas as capitais que fazem parte do levantamento. Os maiores percentuais foram observados em Brasília (31,65%), Campo Grande (25,62%), Curitiba (22,79%) e Vitória (21,37%).
Salário-Mínimo
Com base na cesta mais cara que, que em outubro foi a de Florianópolis, o Dieese estima que o salário-mínimo necessário deveria ser equivalente a R$ 5.886,50, o que corresponde a 5,35 vezes o piso nacional vigente, de R$ 1.100,00. O cálculo é feito levando em consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças. Já em setembro, o valor do mínimo necessário deveria ter sido de R$ 5.657,66, ou 5,14 vezes o piso em vigor.
Comprometimento da Renda
Quando se compara o custo da cesta com o salário-mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%), verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em outubro, 58,35% (média entre as 17 capitais) do salário-mínimo líquido para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em setembro, o percentual foi de 56,53%.