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Mercado de CO2 deve alavancar com Lei do Combustível do Futuro

Carbo Gás no Espírito Santo
CO2: Unidade da Carbo Gás no Espírito Santo/Foto: divulgação

A Lei do Combustível do Futuro, anunciada pelo governo federal este mês com a expectativa de destravar investimentos de R$ 260 bilhões e colocar o país na vanguarda energética sustentável, deve impulsionar o mercado do CO2 puro. A expectativa é que o mercado consumidor desse produto no Brasil, estimado em 400 mil toneladas/ano, seja multiplicado por dez.

A estimativa é da Carbo Gás, empresa do Grupo JB, que há 21 anos atua no setor de CO2 puro. Diante da oportunidade, a Carbo Gás está posicionada para ser fornecedora para o mercado de e-metanol, que avança na região. Hoje a Carbo Gás tem capacidade instalada para produzir 500 t/dia e armazenar 6 mil toneladas do gás. Atualmente vende 150 ton/ dia. “Temos ampla disponibilidade para atender o crescimento do mercado”, assegura Fernando Mota, diretor da Área de Negócios CO2, do Grupo JB.

Se as negociações e soluções de desafios do setor de e-metanol prosperarem, o consumo de CO2 deve se multiplicar. “Serão necessárias cinco Carbo Gás para atender, por exemplo, a planta de e-Metanol que será instalada no Complexo de Suape”, ressalta Mota.

O diretor argumenta que o programa do Combustível do Futuro vai estimular a produção de hidrogênio verde (H2V) e do e-metanol, que terão várias aplicações, incluindo as frotas navais e de aviação. “Os biocombustíveis, como o e-metanol, usado por navios, precisam de grandes quantidades de CO2 para a sua produção”, explica Mota.

Recuperação do CO2

O CO2 não é gás produzido, é um gás recuperado. Nem todos os gases são fáceis de serem trabalhados e os conhecedores são poucos. O CO2 puro e um gás com muitas aplicações, mas os volumes consumidos hoje são bem menores que a demanda estimada para os vários projetos de e-metanol.

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“A captura e utilização de CO2, um gás do efeito estufa, é um dos avanços legais presentes no pacote de projetos da Lei do Combustível do Futuro”, diz Mota. O texto prevê incentivo a duas modalidades para o CO2: captura e estocagem no solo por 20 anos; ou uso do gás para a produção de biocombustíveis do futuro.

O enterramento de CO2 exige cuidados com a injeção no solo, a pressurização necessária e os locais para estocagem, entre outras definições. A Noruega, por exemplo, utiliza os campos petrolíferos do Mar do Norte, explica o professor do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da Universidade de São Paulo USP, Pedro Luiz Côrtes.

Há mais de duas décadas, através da Carbo Gás, o Grupo JB produz o CO2 puro grau alimentício em seis plantas industriais localizadas em Pernambuco e no Espírito Santo. Elas têm capacidade para produzir 500 toneladas por dia do produto. Os principais clientes são as empresas de bebidas carbonatadas, mas também atende à indústria farmacêutica; química; de tratamento de efluentes; normalização de pH; congelamento de alimentos; extintores de incêndio e outros.

“A Carbo Gás detém conhecimento e experiência em diferentes aplicações de CO2”, garante Fernando Mota. O Grupo também produz biocombustível, energia, açúcar e aguardente, nas unidades em Pernambuco e no Espírito Santo.

O Grupo JB tem 60 anos de história, com participação na agroindústria da cana e produção de bioenergia, eletricidade, açúcar, aguardente e CO2 em grau alimentício. Reúne a Companhia Alcoolquímica Nacional, Lasa Bioenergia, Carbo Gás e JB Participações. As empresas produzem riqueza destinada ao mercado nacional e à exportação com sedes em Vitória de Santo Antão, Pernambuco, e em Linhares, no Espírito Santo.

Leia a série Os desafios da infraestrutura para a nova economia:

Materia 1Negócios do hidrogênio verde florescem em meio a desafios da infraestrutura

Matéria 2 – Negócios de data center prosperam no Nordeste, mas energia preocupa

Matéria 3 – Investimentos em distribuição depedem da maturidade dos projetos, diz EPE

Matéria 4 – Água de esgoto vira insumo valioso na era do H2V

Matéria 5 – “H2Vpode dominar o setor de dessalinização e democratizá-lo”

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