Por Márcio Stefanni*
Há dois anos, em outubro de 2019, o governador Paulo Câmara cumpria uma promessa de
campanha e iniciava uma nova política de inclusão socioprodutiva em Pernambuco: o programa
Crédito Popular. A ideia era promover a geração de ocupação e renda para empreendedores e
empreendedoras formais e informais de todas as regiões do Estado. O seu lançamento, muito
apropriadamente, ocorreu em Caruaru, no Agreste, região conhecida por abrigar o segundo
maior polo de confecções do Brasil, superada apenas pela cidade de São Paulo.
Aquele mês também marcaria a mudança de nome da então Agência de Fomento do Estado de Pernambuco (Agefepe) para Agência de Empreendedorismo de Pernambuco (AGE), reforçando ainda mais o seu papel de fomentar o empreendedorismo por meio do microcrédito. Antes ligada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, a agência passou naquele momento a ser abrigada na Secretaria de Trabalho, Emprego e Qualificação (Seteq-PE).
O crédito para o empreendedor é como o oxigênio para o ser humano. Neste sentido, o programa Crédito Popular foi um sucesso desde o seu início, por ser uma modalidade de financiamento menos burocrático, fácil e rápido, com taxa e prazos de pagamento mais competitivos do que os do mercado. Durante a pandemia da Covid-19, ganhou ainda mais
relevância, por causa da redução da atividade econômica. Infelizmente, muitas pessoas perderam seus empregos e passaram a empreender. Outras, que já empreendiam, precisaram reformular seus negócios para não serem tão afetadas pela queda na renda.
Assim, em um ano, de outubro de 2019 a setembro de 2020, a AGE liberou R$ 9,8 milhões em operações de microcrédito para 4.312 clientes de 104 cidades diferentes. Desse
total, R$ 5,1 milhões (42%) foram contratados justamente por empreendedores do Agreste. Em
seu segundo ano, o Crédito Popular foi ainda mais além: de outubro de 2020 a setembro deste
ano, o montante contratado já chegou a R$ 25,7 milhões, beneficiando 11.294 pessoas de 157
municípios diferentes. A meta é chegar a todos os 184 municípios do Estado.
Em Pernambuco, a taxa de informalidade chega a 51,4% da população ocupada, ou seja, mais
de um milhão de pessoas trabalham por conta própria no Estado, de acordo com dados do
IBGE. É por isso que agora, com o avanço da vacinação e a retomada da economia, o
microcrédito produtivo orientado se torna ainda mais importante. Sensível às dificuldades
enfrentadas pelos donos e donas dos pequenos negócios, o governador Paulo Câmara reduziu
ainda mais a taxa de juros e ampliou o prazo de pagamento.
Com o Plano Retomada, o teto do financiamento pelo Crédito Popular, que era de R$ 4 mil,
passou para R$ 5 mil, com até 14 meses para pagar, sendo dois meses de carência. Quem
quitar as parcelas em dia, ganha o bônus de adimplência, pagando apenas 0,50% de juros ao
mês. Com este olhar especial para os empreendedores, fazemos a economia girar mais rápido.
O dinheiro fica em Pernambuco e o pequeno empreendedor de hoje pode se tornar o grande de
amanhã.
*Márcio Setefanni é advogado e diretor-presidente da Agência de Empreendedorismo de Pernambuco (AGE)