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Casa dos Ventos passa a fornecer energia limpa certificada para Pecém

O consumo de energia elétrica no Porto é equivalente ao de uma cidade com cerca de 80 mil habitantes. Contrato de R4 41 milhões prevê economia e reinvestimento em descarbonização
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Atualmente o índice de utilização de energia elétrica nas operações no Pecém é de 70%, incluindo os guindastes usados para movimentação de contêineres e placas. Foto: Tatiana Fortes/Ascom CIPP

Com contrato de R$ 41 milhões, o Porto de Pecém passará a ter fornecimento de eletricidade de origens renováveis da empresa Casa dos Ventos partir deste mês. O acordo tem duração de cinco anos e fará com que o terminal portuário seja abastecido por energia verde certificada pelo I-REC (International Renewable Energy Certificate). O pacto irá gerar economia, que pretende ser reinvestida em projetos de descarbonização do Pecém.

O acordo foi firmado como resultado de uma concorrência pública, que além de analisar a estabilidade de preços, também buscava o compromisso com o uso de energia renovável para atender às operações do porto, que tem um consumo de eletricidade semelhante ao de uma cidade com cerca de 80 mil habitantes.

“Esse consumo reflete uma política voltada para a descarbonização das operações portuárias, incentivada pelo Governo do Estado, pelo porto e por seus operadores, que têm investido em equipamentos elétricos para substituir ou complementar os movidos a combustíveis fósseis”, avalia Hugo Figueirêdo, presidente do Complexo do Pecém

A ação de migrar do mercado cativo para o Ambiente de Contratação Livre (ACL) sempre foi uma das opções para o porto, segundo o engenheiro José Carneiro Júnior, líder dos estudos técnicos do processo no Complexo do Pecém. Entretanto, questões tributárias relacionadas aos incentivos fiscais do porto, os riscos e a instabilidade dos preços do mercado energético tornavam essa opção pouco atrativa.

“Esse cenário mudou diante da agenda mundial de descarbonização e transição energética, que dialoga com os projetos de hidrogênio verde (H2V) e com a eletrificação das operações portuárias”, comentou José Carneiro.

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A substituição de equipamentos à combustão por elétricos na atividade portuária se mostra uma tendência irreversível, segundo o gerente de Manutenção do Complexo do Pecém, Marco Ximenes.

Fornecimento atual de energia

O porto cearense é atendido por duas linhas de transmissão da concessionária local de energia, além disso, conta com uma usina de geração a gás. Atualmente o índice de eletrificação das operações no Pecém é de 70%, incluindo os guindastes usados para movimentação de contêineres e placas, além da esteira que transporta insumos para a siderúrgica da ArcelorMittal.

Com isso, a projeção é que, nos próximos anos, o complexo portuário continue a avançar nesse processo, com projetos de investimento na casa de R$ 15 milhões apenas em 2025 para gerar maior confiabilidade do Sistema Elétrico do Porto do Pecém, melhorando as redundâncias, proteção, monitoramento e controle. Também existem planos para o fornecimento de energia para navios, pelo sistema shore power, que permitirá a redução das emissões das embarcações atracadas.

“Isso se deve à eliminação da logística de abastecimento, à redução de riscos e custos ambientais decorrentes de vazamentos e acidentes, além do fato de os equipamentos elétricos, em geral, apresentarem menores custos de manutenção. A aquisição de energia no mercado livre a um custo mais baixo, sob aspectos econômicos e ambientais, impulsiona ainda mais essa transição”.

Fundado em 2007, a Casa dos Ventos é uma empresa focada na geração de energias sustentáveis, principalmente a eólica. No total já foram investidos mais de R$ 17 bilhões em projetos da companhia, que somados geram mais de 3,4 GW, evitando a emissão de cinco toneladas de CO2 anualmente, além disso outras plantas estão em desenvolvimento, com expectativa de superarem a barreira de 50GW

A maior parte dos parques e usinas da Casa dos Ventos se localiza no Nordeste: são 16, entre ativas e em desenvolvimento. O estado do Rio Grande do Norte é o com maior presença, com oito, outros estados como Bahia, Piauí e Ceará também são contemplados pelas atividades da empresa. A companhia também tem instalações nos estados de Goiás e do Mato Grosso do Sul.

*Com informações do Governo do Ceará

Leia mais: MME abre chamada pública para seleção de hubs de hidrogênio de baixa emissão

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