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Setor de eólica e solar enxerga com bons olhos leilão de armazenamento em baterias

O governo federal está sugerindo fazer o primeiro leilão de armazenamento em baterias em junho de 2025
O armazenamento em baterias vai beneficiar a geração eólica e solar, que tem uma matéria-prima, variável. Foto: koiguo | Getty Images

Representantes do setor de geração eólica e solar enxergam com bons olhos o futuro Leilão de Reserva de Capacidade na forma de Potência com sistemas de armazenamento em baterias, que deve ocorrer em junho de 2025. O governo federal abriu uma consulta pública para coletar informações que serão usadas para realizar o primeiro Leilão deste tipo.

Tanto a geração eólica como a solar têm como matérias primas, respectivamente, os ventos e o sol que são variáveis. O armazenamento em bateria vai permitir que este tipo de geração armazene a energia e injete no Sistema Interligado Nacional (SIN) na hora que for mais conveniente para o sistema como um todo.

Por exemplo, a geração solar produz energia durante o dia e o horário de ponta de consumo do Brasil é a partir das 17h. Com as baterias, a energia gerada por estes sistemas vai poder ser injetada no começo da noite, quando o País precisa de mais energia. “Estamos muito esperançosos com o leilão das baterias em 2025. A solar e a eólica precisam muito das baterias porque a matéria-prima é variável e não está disponível durante todo o dia”, comenta o diretor técnico e regulatório da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSolar), Carlos Dornellas.

A previsão é de que estes grandes sistemas de baterias – aprovados no leilão – entrem em operação em 2029. “Este prazo é longo e acreditamos que isto poderia acontecer em menos tempo”, argumenta Carlos.

A presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (ABEEólica), Elbia Ganoum, diz que o armazenamento em baterias é importante para o setor e vai ajudar na operação do Sistema Interligado Nacional (SIN) como um todo.

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Atualmente, as empresas de geração eólica e solar estão tendo que diminuir a sua geração de energia a pedido do Operador Nacional do Sistema (ONS) que determina como funciona o SIN. Um dos fatores que podem fazer tanto a geração eólica como a solar terem menos corte de geração é o armazenamento em bateria.

O Ministério de Minas e Energia abriu uma consulta pública para coletar informações que serão usadas para realizar o primeiro Leilão de Reserva de Capacidade na forma de Potência com sistemas de armazenamento em baterias. As contribuições podem ser enviadas até o dia 28 de outubro.

Experiências com baterias

Existem várias experiências com grandes baterias, como em Fernando de Noronha, os sistemas isolados da Amazônia e a subestação da Eletrobras-Chesf de Messias, em Alagoas, que recebeu um investimento de R$ 15 milhões via projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P&D+I). A iniciativa tem o apoio do programa de PDI Aneel,da agência reguladora.

Denominado HBESS Messias, o projeto implantou um sistema híbrido de geração e armazenamento de energia, com capacidade instalada de 1 MW, para suprir a subestação. O diretor-presidente da Eletrobras Chesf, João Henrique Franklin, diz, via assessoria de imprensa, que este projeto “sinaliza um novo futuro para a operação das subestações, esta proposta inovadora possibilita a utilização de alternativa de energia limpa e com segurança  operativa nas subestações, especialmente em instalações estratégicas para o setor.

Ele também argumenta que o sistema desenvolvido na subestação traz múltiplos benefícios ao sistema, como a redução de custos operacionais e de manutenção (O&M), o controle de demanda, a compensação de geração distribuída (GD), entre outros.  Geração distribuída é aquela em que é a geração solar é feita por pequenos sistemas, geralmente, no telhado das casas.

O gestor do projeto e engenheiro de P&D, José Bione, explica que o sistema utiliza gestão de energia feita por um sistema inteligente, que controla carregamento e descarga. Segundo ele, a SE Messias podendo operar até 12h sem precisar da rede distribuição local por causa da energia armazenada nas baterias.

Ainda de acordo com informações da Eletrobras, o HBESS vai gerar oportunidades para todo o sistema Eletrobras, seja na hibridização de sistemas e participação em leilões de capacidade remanescente com plantas solares, eólicas, armazenamento de energia entre outros.

*Com informações da Eletrobras Chesf

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